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O show tem que continuar… A volta ao Teatro Nacional Claudio Santoro

O secretário de Cultura do DF coloca a economia criativa no eixo da capital
Foto: Celso Junior

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A espera está próxima do fim. Pelo menos, parte dela. O secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Cláudio Abrantes, anunciou que a Sala Martins Pena, o primeiro espaço a ser reformado na revitalização do Teatro Nacional Claudio Santoro, será reaberta até o final de 2024. O cartão-postal desenhado por Oscar Niemeyer e adornado por Athos Bulcão está de portas fechadas desde 2014 devido a questões de segurança, deixando Brasília sem um de seus principais palcos culturais por uma década.

Com um investimento de R$ 70 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF), a primeira etapa da reforma do Teatro Nacional já está em andamento. O objetivo é resgatar esse importante patrimônio cultural brasileiro, que ao longo dos anos acolheu espetáculos nacionais e internacionais. “A reabertura da Sala Martins Pena será um marco para a cultura do DF. Estamos acompanhando de perto as obras e já é possível ver a transformação do espaço”, afirma Cláudio Abrantes em entrevista à Revista GPS|Brasília.

Além da reabertura do Teatro Nacional, o secretário destacou outras ações e projetos realizados durante seu primeiro ano no cargo. Entre eles, a melhoria e ampliação da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), visando contemplar um maior número de interessados e incentivar ainda mais a produção artística na região. “Não é possível atender a todos. Hoje, operamos com 20% da capacidade total da LIC. A lei tem um potencial gigante, e nosso desafio é sensibilizar setores do governo para entender que pode ser um divisor de águas também, junto com outras ferramentas, na cultura do Distrito Federal”, disse.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Outro ponto alto é a confirmação da cogestão do Cine Brasília, um dos principais cinemas públicos do País, com uma entidade que reconhece a importância do espaço. Abrantes explicou que a medida visa garantir a continuidade das atividades deste tradicional cinema, que é conhecido por sediar o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e promover o debate e a difusão da cultura cinematográfica. “Firmamos um contrato de cogestão após um edital público. A entidade vencedora, reconhecida por seu projeto, está gerindo o Cine Brasília, mantendo suas características de espaço de resistência e debate, um ícone da cidade”, frisou.

Durante a entrevista, Abrantes também abordou questões polêmicas, como as mudanças no Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub), que permite uma série de intervenções na área tombada da capital. “A Secretaria de Cultura faz parte do Conplan [Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal] e participou da Câmara Técnica. Vimos o esforço da Secretaria de Habitação (Seduh) para elaborar um PPCub completo. Um PPCub ruim deve ser corrigido, mas a ausência de um PPCub não é boa. Fizemos uma série de recomendações tanto para a Seduh quanto para a Câmara Legislativa, visando preservar o nosso maior patrimônio: Brasília com seus traços e escalas. Por conta disso, recentemente, a cidade foi eleita a capital com a melhor qualidade de vida do País e a segunda melhor qualidade de vida entre os municípios”, explicou.

Ainda segundo Abrantes, o reconhecimento da qualidade de vida em Brasília é fruto da preservação da visão dos pioneiros da nossa capital. “É importante filtrar o que veio da Câmara Legislativa. O que for bom deve ser assimilado; o que for ruim, deve ser vetado para manter Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade. Creio que precisamos ter um comitê gestor abrangente para pensar constantemente na preservação do plano urbanístico de Brasília. A cidade é dinâmica, precisa crescer e se modernizar, mas sempre com o olhar voltado para o seu traçado único, suas escalas e a nossa qualidade de vida”, finalizou.