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O bem pelo bem! Margarida Kalil assume presidência da Casa do Candango

A palavra “**_altruísmo_**” é derivada de “**_autre_**”, que significa **“_outro_” ou “_diferente_”** em francês. E é justamente com o **_outro_** que as benfeitorias acontecem em sua forma mais pura, sem a expectativa de nada em retorno.

Na década de 60, **nem tudo eram flores nos primeiros anos de Brasília**. migrantes de diferentes estados que ajudaram na **construção da nova capital** viveram momentos de grande dificuldade após a conclusão das principais obras, sem oferta de emprego e se tornado difícil sustentar a família no clima de Cerrado. E foi neste momento em que o **olhar compassivo** de um grupo de mulheres mudou para sempre a filantropia da cidade.

Nasceu assim uma das instituições filantrópicas de maior relevância da capital, a **Casa do Candango**, que existe há mais de seis décadas e continua a se renovar para melhor atender grupos de vulnerabilidade social de Brasília. A última novidade foi a posse de **Margarida Kalil Posadas** como presidente da casa.

“_Nossa casa foi inaugurada em 1961, e desde lá é importante para Brasília por realizar um trabalho de excelência junto às crianças e idosos carentes_”, conta Margarida em conversa com o GPS.

**A história da Casa**

A Casa do Candango nasceu da iniciativa de um grupo de senhoras em benefício de necessitados, como relatou **Carmela Patti Salgado**, uma de suas idealizadoras:

>“_Havia uma população de correntes migratórias fascinadas pelas possibilidades de vida melhor, que se constituíam de famílias em situação de desemprego ou com salários insuficientes. Decorria daí o grave problema de centenas de crianças desamparadas. E não era só isso: escasseavam alimentos e roupas para grande parte dessa multidão, constituída, sobretudo, de nordestinos, que vinham à procura do sonhado Eldorado e encontravam, aqui, as maiores dificuldades de subsistência. Urgia uma iniciativa por parte das classes favorecidas em benefício das necessitadas_”

Carmela recebia em sua casa, às quintas-feiras, reuniões de grupos de senhoras para estudos, análises, debates e planejamentos. Foi nesse cenário que surgiu a Casa do Candango, com sua visão altruísta e caráter assistencial, cultural e educacional.

**A Festa dos Estados**

Em junho de 1961, surgiu a ideia de realizar a Festa dos Estados, como fonte geradora de recursos para a Casa do Candango e com a colaboração de altas personalidades que se faziam caixeiros nas barracas dos Estados. Os resultados financeiros do evento, realizado 48 vezes em 50 anos, foram cada vez maiores. Esta renda se tornou o principal combustível para o desenvolvimento da entidade.

Com o passar dos anos, a festa atingiu seu máximo esplendor e já é uma tradição integrada no calendário turístico da cidade.

**Relevância atual**

Hoje, a sede da Casa do Candango, na L2 Sul, atende 340 crianças na Educação Infantil. O abrigo Lar São José foi fundado em 25 de maio de 1973, na Área Especial de Sobradinho, e hospeda hoje 50 idosos com idade acima de 65 anos.

![(Foto: Cortesia)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/phoca_thumb_l_IMG_2075_e3a3292db4.jpg)

**Um legado para ser seguido**

Margarida Kalil assume a Casa com a missão de continuar um trabalho primoroso mantido por décadas, por diferentes nomes de relevância em Brasília. Desde a inauguração, a instituição teve como presidente Carmélia Petti Salgado, Maria Nilse dos Santos, Iolanda Avena Pires, **Lucia Martins Flecha de Lima** (casada com o ex-embaixador Paulo de Tarso Flecha de Lima), **Wilian Raimundo Ferreira Egido** (do qual Margarida era vice-presidente), entre outros.

“_Pretendo continuar essa trajetória me inspirando nos grandes feitos dos dirigentes passados_”, afirma a presidente recém-eleita ao GPS. “_Minha relação com os presidentes da casa sempre foi e continua sendo uma relação de confiança e amizade_”, explica Margarida, que afirma já ter planos para os anos de mandato na Casa do Candango.

**Empoderamento feminino**

Ao todo, 13 presidentes levaram à frente a **Casa do Candango**. Desses, **12 eram mulheres**. Mulheres que provaram que o serviço social transforma vidas e alcança locais onde o Estado deixou de cumprir seu papel. A fundadora que citamos anteriormente, **Carmela Patti Salgado**, era mulher do escritor e jornalista integralista **Plínio Salgado**. Enquanto ele buscava o progresso por vias questionáveis, o trabalho de Carmela era local, mas era eficaz.

**Sem grandes aparições midiáticas, sem holofotes sobre as trajetórias**, essas mulheres fizeram o que muitos buscam como meta de vida – ajudar o próximo. Alcançaram isso com a força de vontade e, sobretudo, o **anseio de ver o _autre_ viver dignamente**.

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