GPS Brasília comscore

O apartamento do modernismo de JK adaptado à vida contemporânea

O projeto é de Sergio Facundes que manteve as características modernistas, mas com adaptações às necessidades contemporâneas dos moradores
Foto: Cortesia
Foto: Cortesia

Compartilhe:

Um apartamento que inspira criatividade bem no centro de Brasília. Fica em um dos prédios mais tradicionais da cidade, na Asa Sul, inclusive, inaugurado em 1960, pelo próprio presidente Juscelino Kubitschek. A estrutura, no entanto, mudou um pouco ao longo dos anos e, agora, ainda mais com uma reforma cheia de cores, pensada para necessidades contemporâneas dos atuais moradores.

O projeto é de Sergio Facundes, integrante do escritório Umdiedro Arquitetura, que chamou o novo espaço de “Casa Brasileira”. O arquiteto já tem nome na cidade faz tempo e é também integrante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU). Para ele, o projeto foi desafiador, pois era necessário manter a alma modernista do apartamento ao mesmo tempo que as adaptações para a vida atual também precisavam ser desenvolvidas.  

As adaptações foram todas solicitadas pelos clientes. Ambos pediram para manter a estrutura original da casa a fim de não perder o seu quê e sentido histórico, mas dentro de uma nova realidade, como conta o arquiteto responsável.

“Durante o briefing com os clientes, ficou evidente o apreço deles pelo estilo modernista, especialmente em relação à estética da época. O apartamento original apresentava uma planta extremamente formal e compartimentada, o que não se alinhava com a dinâmica atual do casal. Hoje, a cozinha não é apenas um espaço para o preparo de refeições, mas também um local de convívio e interação com a família e os convidados. Para este projeto, incorporamos elementos distintivos do design modernista, como as icônicas cores da Bauhaus – amarelo, azul e vermelho – e materiais atemporais, como os ladrilhos personalizados, um elegante painel em madeira e móveis inspirados nesse notável período de design”, contou à GPS, o arquiteto brasiliense.

São 110m² repensados especialmente para um casal apaixonado pela capital federal. As cores são inspiradas nas origens dos atuais moradores e os espaços, pensados para uma vida mais intencional em comunidade. A cozinha, por exemplo, trocou de lugar, agora, ela está integrada à sala com uma divisão que destrói paredes e inclui cores, ou seja, os ambientes são separados pelas paletas predominantes em cada cômodo.

O azul é a cozinha, o amarelo dos ladrilhos e a madeira estão na sala de jantar, e o cinza, na sala de estar e no escritório.

“As paredes foram realocadas dando o espaço lateral para a sala, onde foi colocado uma bancada, integrando os ambientes e ficando perfeita para receber amigos. No local da antiga cozinha ficou a sala de jantar com uma vista linda para a copa das árvores. O vermelho foi evidenciado para chamar ainda mais atenção aos detalhes da instalação hidráulica aparente. Para esse detalhe, do lado da cozinha o cano era da caixa de gordura dos apartamentos, que foi revestido com uma manta para isolar o barulho e com uma placa metálica para o acabamento deixando livre para uma possível manutenção futura”, conta Sergio.

Os detalhes dos outros espaços

O banheiro é uma obra de arte à parte. Com detalhes inspirados na Art Déco, o espaço é coberto pelo verde água que abraça a pia estilo provençal e traz um ambiente aconchegante e cheio de lembranças das viagens que os atuais proprietários já fizeram pelo mundo.

No quarto principal, um dos banheiros e a área de serviço antigos foram integrados ao espaço e viraram um super closet. O banheiro da suíte master também foi realocado e, no ambiente, trouxe uma pegada mais minimalista, longe de cores vibrantes, assim como o quarto. A proposta era trazer mais calma ao cômodo em que os moradores descansam e, por isso, os destaques vão para a iluminação. 

Confira cada detalhe da Casa Brasileira projetada por Sergio Facundes: