Para muita gente em Brasília, falar as palavras “Altiplano Leste” é como mencionar Phobos e Deimos. Pouca gente sabe que elas são satélites naturais (ou “luas”) do Planeta Vermelho. Com um pouco de esforço, falando explicitamente de Marte, alguém talvez exclame um “Aaaaah! Sei!”.
Pois é. O Altiplano Leste é, basicamente, uma conjunção de Phobos e Deimos. Estão dentro do nosso sistema solar, mas ou não lembramos ou não conhecemos. Essa é a realidade de quem vive na região – e eu sou um dos moradores daqui, há 22 anos.
Mas, ao contrário de Phobos e Deimos, o Altiplano Leste é pertinho. Entusiastas do hipismo, do ciclismo e do motocross já descobriram – as trilhas e paisagens são de tirar o fôlego. O ar é agradável, saudável e acolhedor, como o de uma cidade interiorana, ainda que fique a apenas 20km do Palácio do Planalto. Mas a região tem um problema: faltam empreendimentos de qualidade.
Pausa teatral. Faltavam.
Na noite desta sexta-feira (28), após longos meses de espera da ansiosa população de mais de 3 mil famílias, os problemas da coletividade acabaram. E surgiu um espaço para quem mora no Lago Sul – especialmente aqueles que vivem a partir da QI 26. Trata-se de O Alc!, escrito assim, mas lido “o Alci”.
No letreiro, a dúvida acaba. Ao lado do nome está uma escultura de um alce tridimensional. A imponente figura do cervídeo, aliás, está por todas as partes do simpático estabelecimento, que conjuga café, empório e champanharia. Não por acaso, alces têm um papel mitológico importante. Personificavam a força, a valentia e a coragem, pois acompanhavam o deus olímpico da guerra Ares, filho de Zeus e Hera.
E só mesmo com muita força, valentia e coragem é que se explica a vontade de Aleksander Alves Reis e Bento Aureliano Lacerda Corrêa para empreender no Altiplano Leste. Com a força que brota deste Cerrado, a mesma que sustenta o alce local, o nosso veado-campeiro, eles empreenderam por meses, sem deixar de lado a bem-sucedida vida de empresários e profissionais da área social e de saúde, com mais de 30 anos de atuação internacional.
Na noite de sexta-feira (28), exatamente às 20h45, O Alc! ganhou vida e energia, em recepção fechada e feita pela empresa de produção de eventos Ojá Laió. Mas o GPS chegou de surpresa, perguntando se podia entrar, e foi acolhido com o carinho típico das casas que têm vida longa. Encontrou amigos antigos e fez amigos novos, a começar pelos donos, moradores há mais de duas décadas do Altiplano Leste.
A ideia inicial de Aleksander tinha como base a bondade: criar um local de referência, para conectar as pessoas da região. Desta forma, nasceu a primeira etapa do projeto, então chamado de Alc!plano, um trocadilho com as palavras altiplano e auxiliar. Por isso, o empreendimento acolhe todos os públicos, sem discriminação, preconceito ou cara feia – aliás, por lá, só há sorrisos.
Também está aberto a todos os gostos, mas priorizando produtos locais, sem importados. Quer um bom vinho? Tem, mas de Minas Gerais ou do Cerrado. Um queijo no estilo brie? Tem também. Mineiro, goiano ou brasiliense. É do DNA dos donos: viver para inovar e servir.
Nos três espaços de O Alc! – cafeteria, empório e champanharia –, a grande preocupação é permitir o bem-estar, a boa conversa e dar conforto a quem vem ou vai ao Altiplano Leste. Como os alces mitológicos, o espaço capta as boas energias e aterra as ruins. E transforma, como lembra Bento, o outro sócio, simples passantes na noite brasiliense em clientes cativos. Tal como o GPS, que, pela primeira vez em sua história, foi a um local sem ser convidado. E adorou.