Estados Unidos e Israel intensificaram as negociações para um possível acordo de cessar-fogo em Gaza. As conversas foram retomadas nesse domingo (6), em Doha, no Catar, mas esbarram na rejeição de Tel Aviv à exigência do Hamas por uma trégua duradoura.
Com apoio dos EUA, Catar e Egito, a proposta de trégua busca, além do cessar-fogo, alcançar um acordo para a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou, antes de embarcar para Washington, que a reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode “definitivamente ajudar a avançar” nas negociações.
Trump defende uma trégua em Gaza, afetada por uma grave crise humanitária após quase dois anos de uma guerra desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel.
Netanyahu, por sua vez, informou ter enviado uma equipe a Doha com instruções claras para alcançar um acordo sob as condições acordadas, embora o Hamas exijam certas condições para a retirada de Israel, garantias contra a retomada dos combates durante as negociações e o retorno do sistema de distribuição de ajuda administrado pela ONU.
Antes, o primeiro-ministro israelense destacou que a resposta do Hamas a uma proposta de cessar-fogo, apoiada pelos Estados Unidos e transmitida pelos mediadores Catar e Egito, incluía exigências “inaceitáveis”.
Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023 durante o ataque do Hamas em Israel, 49 continuam em cativeiro em Gaza, mas o Exército israelense acredita que 27 estão mortas.
Desde o início da guerra, os mediadores negociaram duas tréguas temporárias dos combates. Nas duas ocasiões, reféns foram libertados em troca de milhares de prisioneiros palestinos sob custódia israelense.
O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 matou 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses. Mais de 57.500 palestinos morreram na ofensiva israelense em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, números que a ONU considera confiáveis.
A guerra também provocou uma situação humanitária crítica para os mais de dois milhões de habitantes de Gaza, segundo a ONU e várias ONGs.