Uma nova linhagem da covid-19, denominada XEC, foi identificada no Brasil. A variante, pertencente à família ômicron, foi detectada em amostras de pacientes do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A descoberta ocorreu após análise de amostras coletadas em setembro.
A XEC está sendo monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que atribuiu à linhagem um potencial de “vantagem de crescimento” em comparação a outras variantes em circulação. O monitoramento no Brasil foi intensificado nos últimos meses e resultou na detecção precoce da cepa, graças à vigilância genômica realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Embora a nova variante tenha sido identificada, a linhagem predominante no país ainda é a JN.1, que circulared majoritariamente desde o final de 2023. A XEC surgiu por meio de recombinação genética, processo em que uma pessoa é infectada por duas linhagens diferentes do vírus, resultando na mistura dos genomas.
Dados da plataforma global de monitoramento genômico Gisaid indicam que a XEC já foi identificada em 35 países, com mais de 2,4 mil sequências genéticas registradas até 10 de outubro de 2024. A linhagem chamou atenção inicialmente na Alemanha e tem se espalhado por diversas regiões do mundo, incluindo Europa, Américas, Ásia e Oceania.
No Brasil, não há evidências de que a XEC cause sintomas mais graves em comparação a outras linhagens da ômicron. Os sintomas relatados permanecem semelhantes, incluindo febre alta, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, dores no corpo e fadiga.
Apesar do monitoramento, a OMS ainda não classificou a XEC como uma “variante de preocupação”, que seria uma categoria atribuída a cepas com maior transmissibilidade ou risco de provocar casos graves. As vacinas disponíveis continuam oferecendo proteção contra as subvariantes da ômicron.