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No ar mais uma página inédita do livro Brevê, de João Palmo

Quando as circunstâncias são fósseis demais, o poeta pesa bem as palavras

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MAMUTES

 

O nosso amor está debaixo dum mamute

morto.

Você me suporta,

eu te suporto.

 

O nosso amor tornouse apenas o que tem

sido.

Você prémenstruada,

eu embrutecido.

 

O nosso amor está atado em um poste

alto.

Eu malhando o Judas,

você o enforcado.

Nós no paredão e na fuzilaria;

indignados, condenados, réus,

cordeiros imolados.

 

O nosso amor é um mamute morto,

fincado bem no alto do mais alto

poste,

que não admite a gravidade

e jura que levita.

Há quem goste.

 

 

 

Veja também as páginas anteriores, aqui no portal e no insta @joaopalmo.

 

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