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No ar a página 31 do livro Brevê, veja em primeira mão

O vídeo dessa semana diz que a poesia pode minar de um poço de papel.

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ESBOÇO PARA UM POÇO

 

Nesta depressão tão vertical, profunda,

algemada na estreiteza de paredes frias,

dorme o nome da dor,

o espelho escuro de minha família.

 

E eu aqui, neste papel, inoculo a loucura.

Seu vão e suas rachaduras,

cada grau de febre seu

e suas reinvestiduras.

 

Estou aqui com os meus

para que a sombra deles se projete

e não me ocupe o corpo,

para ainda ser – tentar – senhor de minha alma.

 

Honestamente, avidamente,

espero que este ardil tenha sucesso.

E que do fundo mais fundo desta mina

possa vir o alento de beber do espelho.

 

 

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