A Nintendo lançou oficialmente nesta quinta-feira (5) seu novo console, o Switch 2, no Brasil, no mesmo dia do lançamento global. A decisão marca uma mudança significativa de postura da fabricante japonesa em relação ao mercado nacional, que anteriormente enfrentava longos atrasos. O primeiro modelo do console, por exemplo, só chegou oficialmente ao país em 2020, quatro anos após seu lançamento no exterior.
Desta vez, o país faz parte do lançamento simultâneo. No entanto, o que também chamou atenção foi o preço: R$ 4.500 na versão básica, chegando a R$ 4.800 no pacote que acompanha o jogo Mario Kart World. O valor supera em muito os cerca de R$ 3 mil cobrados pelo antecessor em 2020 e reacende o debate sobre o custo dos eletrônicos no Brasil.
Preço elevado tem causas estruturais, diz Nintendo
Durante o evento de lançamento, o diretor da Nintendo para a América Latina, Bill Van Zyll, respondeu a perguntas sobre os preços altos no país. Ele destacou que o valor final ao consumidor é impactado por uma cadeia complexa de custos, como altos impostos, taxas alfandegárias, logística, distribuição e margens do varejo.
“Sabemos que isso é motivo constante de frustração para os brasileiros, e com razão. Mas esses fatores estão, em grande parte, fora do nosso controle direto”, afirmou o executivo.
Apesar disso, Van Zyll disse que a empresa tem interesse em tornar os produtos mais acessíveis e que, assim como no caso do primeiro Switch, reduções de preço poderão ocorrer no futuro, a depender de mudanças na política tributária e nas tarifas de importação.
Produção nacional? Ainda não
Questionado sobre a possibilidade de o console ser fabricado no Brasil, o executivo afirmou que a empresa já considerou a ideia no passado, durante a era do Nintendo Wii, mas que dificuldades logísticas, operacionais e tributárias impediram o avanço.
“Não há planos concretos para fabricar o Switch 2 no Brasil. No entanto, nunca descartamos a ideia completamente”, disse Van Zyll.
Híbrido com poucas mudanças
O Switch 2 mantém a fórmula de sucesso do seu antecessor: o modelo híbrido, que pode ser usado tanto como console de mesa quanto como portátil. Apesar de poucas mudanças aparentes em funções e sistema, a expectativa da empresa é repetir, ou até superar, o sucesso da primeira geração, que se tornou um fenômeno mundial.
Além do console, os jogos também estão mais caros. O executivo justificou que o preço dos títulos considera custos de desenvolvimento, uso de tecnologia própria (como cartuchos físicos) e o chamado “valor de entretenimento” oferecido ao jogador.
Brasil no radar
O lançamento simultâneo no Brasil reforça o interesse da Nintendo no público nacional, apesar dos desafios. A empresa garante que continuará atenta ao mercado local e busca, sempre que possível, alternativas para baixar custos e ampliar o acesso aos seus produtos.
Enquanto isso, o Switch 2 chega às lojas com o desafio de convencer o consumidor a pagar caro por uma experiência de jogo que, embora consagrada, não traz grandes inovações técnicas nesta nova geração. O sucesso dependerá não só da força da marca, mas também da disposição dos brasileiros em investir, mais uma vez, no universo Nintendo.