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João Vicente: Ney Matogrosso e sua vivência em Brasília

Na sua primeira passagem por BSB, Ney Matogrosso morou na 104 Sul e lembra que a imagem que mais o impactou foi a lama vermelha

Ney Matogrosso diz que não seria Ney se não fosse Brasília. Aqui, ele se descobriu artista, teve contato com todas as formas de arte e se aproximou de todas elas. A cidade lhe proporcionou liberdade e tempo, especialmente porque veio sozinho, sem a família. Foi aqui também que descobriu sua sexualidade e a música.

Muito tímido, ele decidiu fazer um curso de teatro e se entrosou bastante. Cantava no Elefante Branco e frequentava a UnB, embora nunca tenha estudado formalmente em nenhuma delas.

Na sua primeira passagem por Brasília, de 1961 a 1966, morou na 104 Sul e lembra que a imagem que mais o impactou no começo foi a lama vermelha que escorria quando chovia. Ele adorava passear pela W3, se sentia livre na cidade.

Mais tarde, voltou, em 1968, para trabalhar no Hospital de Base, na pediatria. Também cantava no Madrigal de Brasília e fazia parte de um grupo instrumental com Lena, Glorinha e Tião. O dono da boate LA CAVE DES ROIS, na 212 Sul — Giovanni Mazza (sim, o criador da pioneira boite Yolle e das Discotecas 2001 e Gabriela Discos) — o convidou para cantar na casa.

Ney foi, morrendo de medo, e encheu a cara de conhaque para vencer a timidez. Mas bebeu tanto que disse ter tomado abuso, e decidiu nunca mais encostar em álcool na vida! Seu primeiro show solo na Cave foi um sucesso! Ele acabou cantando por três semanas lá.

No meio de tudo isso, passou a fazer artesanato de couro para vender na feirinha da Torre de TV. Ney conta que o lugar que mais o encantava era a UnB, com suas exposições e apresentações artísticas.

Seu amigo, que mais tarde se tornaria o gênio do besteirol, Vicente Pereira, escreveu uma peça em que uma Miss Brasília era louca pela BiBaBô, porque a loja a havia patrocinado a peça. Ney acabou apaixonado pela BiBaBô tanto pelas vitrines enormes quanto por causa dessa peça. E também porque ficava na W3 que ele adorava passear.

 

João Vicente

*João Vicente Costa, o JVC, já fez de tudo um pouco: músico (5 Generais, Banda 80), DJ, programador musical, produtor de eventos, dono de bar (Bizarre), dono de restaurante (Antigamente). Hoje, administra pizzarias e há seis anos coleciona histórias não contadas de Brasília e adora compartilhar para os amantes da cidade nos grupos Memórias de Brasília e Bsbnight no Facebook

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Edição 42

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