Jorge Eduardo Antunes A Neoenergia Brasília vai construir, na entrada de Taguatinga, a primeira planta do Brasil que produzirá hidrogênio verde para veículos. O investimento será de R$ 30 milhões, financiado integralmente pelo Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia de energia, em parceria não financeira da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A informação foi dada pelo diretor-presidente da Neoenergia Brasília, Frederico Candian, durante encontro com jornalistas.
Segundo o executivo, a empresa também vai importar um ônibus movido ao combustível renovável. Ele revelou que a Iberdrola, empresa que controla a Neoenergia, já tem plantas semelhantes na Espanha. “Estamos prevendo inaugurá-la no final de 2025. Ela terá uma planta solar acoplada e será o marco de uma nova fonte de energia para mobilidade”, avaliou.
A nova opção de energia para mobilidade junta-se aos veículos eletrificados que, segundo Candian, são a tendência atual. “Mas outras fontes renováveis também podem ganhar espaço”, destaca. A própria Neoenergia tem 20% de veículos elétricos em sua frota, entre eles uma van, que é utilizada em atendimentos móveis a consumidores.
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Investimentos em alta
Frederico Candian revelou ainda que a Neoenergia chegou a R$ 1 bilhão de investimento na rede de energia da capital, desde que assumiu a distribuição, em março de 2021. O valor seria gasto em prazo de equivalente a 15 anos pela antiga CEB e é superior também ao estimado quando da concessão – no leilão, a previsão era de que o investimento anual girasse em torno de R$ 200 milhões.
O diretor-presidente da Neoenergia Brasília apontou ainda uma queda da média anual de falta de luz, que chegou a 4,8 horas por habitante, contra 10 no restante do País. Mas apontou que este número pode recuar ainda mais com algumas ações, como o combate aos “gatos” (roubo) de energia e ao furto de cabos.
“A área de inteligência da Neoenergia vem trabalhando junto às autoridades para prevenir o roubo de cabos”, revelou.
Candian apontou ainda três obstáculos naturais que atrapalham a redução de horas anuais sem luz: raios, ventanias e quedas de galhos e árvores. “O sistema elétrico é muito impactado por fenômenos. Chegamos em março de 2021 e, na época, houve uma chuva muito forte. A vegetação também atrapalha. Por isso, fizemos 35 mil podas preventivas, em trabalho junto com a Novacap”, completa.
Ações sociais
Frederico Candian listou algumas ações sociais importantes da companhia, como o aumento da regularização das ligações, o que beneficiou também o consumidor. “Alguns não tinham como comprovar endereço, e hoje têm uma conta de luz para isso. Além disso, conseguimos estender a social, que gera descontos até 65%, para beneficiar 100 mil pessoas”, conta, apontando ainda que o assentamento 26 de Setembro será o próximo a ser regularizado. “Isso trará mais segurança para a rede e para o consumidor”, afirma.
O outro projeto é a Escola de Eletricistas. “Este é um case mundial, por ser um trabalho técnico e social. Em geral, os eletricistas atuais não trabalhavam no setor. E não havia mulheres atuando na área”, conta. O curso oferece formação completa e dura seis meses. Como há muita procura, as inscrições para as 25 vagas não permanecem abertas mais que dois dias. “Desde 2021, foram formadas 18 turmas – com 46% de mulheres. Hoje, a nossa contratação de eletricistas é na base de 50/50. Por isso, você verá duplas mistas e só de mulheres”, destaca.
Essa formação profissional também foi fundamental para a Neoenergia. “Quando chegamos, as equipes eram muito concentradas. A estratégia foi abrir novas bases, crescendo de um supervisor e quatro equipes para oito profissionais e dez bases. Com isso, cresceu em 30% a força de trabalho. Acabamos com a terceirização e hoje a Neoenergia contrata apenas eletricistas próprios, que entendem melhor a rede”, finaliza.
