O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (23) que o governo federal está aberto ao diálogo e disposto a corrigir medidas sempre que necessário, desde que os objetivos fiscais sejam mantidos. A declaração foi feita após o recuo parcial na medida que aumentava o IOF sobre investimentos de fundos nacionais no exterior, corrigida em decreto publicado no Diário Oficial da União. Haddad destacou que a revisão visa manter a confiança do mercado e evitar interpretações erradas sobre os objetivos do governo.
A correção foi feita ainda na madrugada, após o Ministério da Fazenda anunciar que manteria a alíquota zero para investimentos externos desses fundos. Segundo o ministro, a medida tem impacto fiscal mínimo, cerca de R$ 2 bilhões neste ano, frente ao pacote total estimado em R$ 54 bilhões. Ele enfatizou que a mudança teve como objetivo evitar especulações que pudessem prejudicar o ambiente de negócios no País.
No dia anterior, o governo havia anunciado um contingenciamento de R$ 31 bilhões no orçamento e mudanças no IOF, que incluíam novos setores. As medidas foram projetadas para gerar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. A pressão do mercado, no entanto, levou o governo a revisar rapidamente uma das propostas, demonstrando disposição em ouvir sugestões de especialistas e operadores do mercado financeiro.
Haddad também negou qualquer falta de comunicação com o Banco Central, destacando que há uma divisão clara de responsabilidades entre as instituições. Ele afirmou manter conversas frequentes com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, mas explicou que a elaboração detalhada das medidas fiscais não precisa passar pelo crivo do banco. O ministro reforçou o compromisso com a transparência e a responsabilidade fiscal para garantir a estabilidade econômica do País.