Raphael Oliveira Em um discurso contundente durante o almoço-debate promovido pelo Lide Brasília, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) voltou a criticar o governo Lula e reforçou o posicionamento da oposição liderada por seu partido. Apesar das divergências políticas, Nogueira afirmou que não se opõe ao País e está aberto ao diálogo. “Não faço oposição ao Brasil, faço oposição ao atual governo”, declarou.
Segundo ele, o partido não adotará uma postura de obstrução sistemática. “Nunca reuni a nossa bancada para votar sistematicamente contra, como o PT fazia no passado. Independentemente se a coisa era boa ou ruim, o PT votava contra quando não era governo. Isso eu não vou fazer”, reforçou.
Durante sua fala, Nogueira também descartou qualquer possibilidade de aliança futura com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Pode vir com 50 ministérios, com o vice, com o que for. Nós não estaremos com o projeto do presidente Lula porque nós não temos identificação”, garantiu.
Ao citar o ex-ministro da Fazenda Fernando Haddad, o senador reconheceu boa intenção, mas criticou a condução da política econômica. “Acertei diversas vezes com o ministro Haddad, que eu acho que é uma pessoa bem intencionada. Tenho uma divergência total na política econômica, mas não me importarei de sentar com ele quantas vezes forem necessárias para discutir algum projeto importante para o País.”
Sobre a possibilidade de impeachment, Ciro Nogueira foi categórico: “Essa discussão não tem que acontecer. Dilma caiu não foi porque o Congresso quis, foi porque ela tinha alta rejeição. O Lula tem um piso de 30% (de aprovação), jamais tiraremos um presidente com esse apoio.”
Para ele, o atual governo está esgotado e deve ser superado nas próximas eleições. “É um governo que já se exauriu, mas que, infelizmente, teremos que conviver até o próximo ano. E nós iremos fazer de tudo para diminuir o estrago que esse atual governo possa fazer ao país, com o nosso trabalho.”
