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“Não existe mágica ou malabarismos”, diz Haddad sobre contas públicas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o novo arcabouço fiscal a ser apresentado em substituição ao teto de gastos vai garantir tecnicamente a **sustentabilidade das contas públicas** e não vai ter “_malabarismos_” financeiros. Haddad ainda garantiu que está preparado para assumir o cargo, com formação em Economia, experiência administrativa e confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem classificou como “_o melhor presidente da nossa história_”.

Segundo ele, o País precisa de “_timoneiros_”, com senso de direção, “_que saibam para onde está o farol_”.

O ministro disse que **não é dogmático, nem fecha os olhos para as evidências no âmbito fiscal**. “_O arcabouço fiscal que pretendemos encaminhar precisa ter a premissa de ser confiável e demonstrar tecnicamente a sustentabilidade das finanças públicas. Um arcabouço que abrace o financiamento do guarda-chuva de programas prioritários do governo, ao mesmo tempo que garanta a sustentabilidade da dívida pública. Não existe mágica nem malabarismos financeiros, nem bala de prata_”, afirmou, em cerimônia de transmissão de cargo, em Brasília.

Haddad ainda considerou que um **Estado fortalecido significa previsibilidade econômica**, confiança dos investidores e transparência com as contas públicas. “_Não estamos aqui para aventuras. Estamos aqui para assegurar que o país volte a crescer para suprir as necessidades da população em saúde, educação, no âmbito social e, ao mesmo tempo, para garantir equilíbrio e sustentabilidade fiscal_”.

**PEC da Transição**

O ministro da Fazenda avaliou que a aprovação da PEC da Transição foi uma demonstração de **diálogo com humildade do governo Lula com o Congresso Nacional**. “_Eu acredito que o diálogo é a maior ferramenta da política e o melhor caminho para encontrar os anseios da população brasileira. Um governo que nem empossado estava foi capaz de negociar com o Congresso a PEC da transição, que foi capaz de atingir a expressiva votação de 366 votos_”, disse.

Para o ministro, essa negociação é a demonstração de que não se pode temer a política. Desde a campanha, Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de ter **alguém da área política comandando a Pasta**. “_Não podemos temer o diálogo, e de forma preconceituosa taxar as pessoas que não caminharam aqui de inimigos. Vamos construir um projeto inclusive com a oposição_”, prometeu.

Haddad, que já foi ministro da Educação no primeiro mandato de Lula, disse que melhorou “_como nunca_” a qualidade do ensino fundamental. “_Boa parte dessas conquistas foi perdida, mas será recuperada. Nunca perdemos uma votação no Congresso Nacional, mesmo de projetos polêmicos_”, enfatizou. O ministro salientou que muita coisa foi aprovada sem oposição, porque havia diálogo para **construir consensos**. “_Houve muitas parcerias, inclusive público-privadas. O ProUni foi uma parceria público-privada. Aliás, dois dos formuladores estão aqui nesta sala, Marcos Pinto e Ana Estela. É bom que o setor privado esteja atento às oportunidades, temos que sair desse pensamento binário, pois tem muita coisa que pode e deve ser feita conjuntamente._”

O ministro, que já foi prefeito de São Paulo, comentou que a cidade mais endividada do Brasil se tornou credora líquida. “_O município tem em caixa toda a sua dívida de curto, médio e longo prazo. Aliás, em dobro. Não tem essa de partido quando o que está em jogo é o interesse social, são pessoas que ajudaram a construir políticas públicas importantes._”

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