Tiago Fernandes Em pleno sábado ensolarado no Distrito Federal, enquanto o público se preparava para curtir mais um dia de diversão no festival Na Praia 2025, cerca de 22 mergulhadores, mais alguns voluntários, se reuniram às margens do Lago Paranoá para participar do Clean Up Day, uma grande ação de limpeza do Lago Paranoá promovida pelo Na Praia, em parceria com o Grupo R2 e a IS.ECO. A iniciativa, que reforça a sustentabilidade como um dos pilares do evento, mostra que é possível conciliar cultura, meio ambiente e impacto social positivo.
Esta é a quarta edição da ação, que já resultou na retirada de mais de 2,5 toneladas de resíduos do fundo do Lago Paranoá. Entre os objetos inusitados que foram encontrados nesta edição estão: uma câmera GoPro (com suporte), uma âncora, um chinelo, além de dezenas de pneus, latas, garrafas e pedaços de ferro. O trabalho foi feito por profissionais da Migulho Centro de Mergulho e da Unidade de Operações Lacustres da Polícia Militar Ambiental do DF, que se dividiram para realizar uma verdadeira varredura no fundo do lago.
O Clean Up Day está alinhado ao 14º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que trata da preservação da vida na água. O estrategista ESG do festival, Kallel Kopp, destacou a importância da ação dentro da proposta maior do evento.
“Como o Na Praia é o maior evento lixo zero do mundo, é óbvio que a gente não tem que se preocupar só com o lixo que a gente gera, a gente tem que se preocupar com tudo que está ao nosso redor. O Lago Paranoá é o nosso grande mar, o mar dessa praia fantástica. Então, desde 2017, a gente decidiu que queria deixar para a cidade um pouquinho desse legado, ajudando a limpar o lago”.
Foto: GPS|Brasília
Já o diretor de sustentabilidade do Grupo R2, Eduardo Azambuja, ressaltou o papel transformador do festival. Para ele, não basta fazer apenas a gestão de resíduos dentro do complexo e ignorar a situação ao redor
“A gente entende o Na Praia, não apenas como festival de música e gastronomia, mas como uma plataforma de transformação de uma cultura, por isso que a gente promove diversos tipos de iniciativa como essa que está acontecendo aqui hoje. Essa se tornou a parte mais limpa do lago. E a gente faz a ação, não só na margem do Na Praia, mas a gente estende um pouco mais, entendendo que nossa dívida ambiental é muito grande”, explicou.
Doação de alimentos
Além do cuidado com o meio ambiente, vale lembrar que o festival também é responsável por outras importantes ações sociais. Uma das mais conhecidas é a arrecadação de alimentos promovida na entrada do complexo, seja para curtir a programação durante o dia ou os grandes shows que acontecem na parte da noite. Sobre isso, Eduardo enfatiza:
“O Na Praia hoje é o maior arrecadador e distribuidor de alimentos nacionalmente falando, em termos de festivais e eventos. Poucas pessoas sabem, mas em cada convite tem R$ 1 que é repassado para quem precisa. A cada 400 mil pessoas, são R$ 400 mil. Então, é muito importante que as pessoas contribuam e doem seus alimentos, porque tem muita gente ainda passando fome. E de R$ 1 em R$ 1, de quilo em quilo, imagina o tanto de vidas que a gente não vai conseguir transformar”, conclui Azambuja.
Foto: GPS|Brasília
Exemplo e referência
Desde a primeira edição do Na Praia, o festival acumula números expressivos em práticas sustentáveis: já foram mais de 1.215 toneladas de resíduos reciclados, 160 toneladas de resíduos orgânicos compostados, 10 milhões de litros de água economizados e o uso de 9,7 milhões de copos descartáveis evitado.
Com esse conjunto de iniciativas, o Na Praia se consolida como um evento que vai além do entretenimento, promovendo cidadania, sustentabilidade e transformação social.
