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Na cúpula do Mercosul, Lula defende uso de moedas locais e aproximação com Ásia

Ao assumir a presidência rotativa do bloco, chefe de Estado propõe buscar novos parceiros comerciais

Durante a cúpula do Mercosul realizada em Buenos Aires, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu nesta quinta-feira (3) a presidência rotativa do bloco sul-americano e defendeu uma série de medidas para fortalecer a integração regional e ampliar as parcerias internacionais. Em discurso, Lula destacou a importância de adotar moedas locais nas transações comerciais internas, a fim de reduzir custos e promover maior autonomia financeira entre os países-membros.

Lula também afirmou que o Mercosul deve voltar seu olhar para a Ásia, considerando a região como o novo centro dinâmico da economia global. Ele mencionou o interesse em intensificar relações com países como China, Japão, Coreia do Sul, Índia, Vietnã e Indonésia, além de reforçar a necessidade de firmar acordos comerciais com Canadá, Emirados Árabes Unidos, Panamá e República Dominicana. O presidente também defendeu a inclusão dos setores automotivo e açucareiro na união aduaneira do bloco.

Durante o encontro, Lula rebateu críticas feitas pelo presidente argentino Javier Milei, que afirmou que o Mercosul tem imposto restrições econômicas aos países e prejudicado a maioria da população. Em resposta, Lula declarou que o bloco representa uma proteção estratégica para os países-membros.

“Nossa tarifa externa comum nos blinda de guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis”, afirmou.

Por fim, Lula reforçou que os minerais críticos extraídos nos países do Mercosul devem ser beneficiados localmente, com transferência de tecnologia e geração de empregos na região, e defendeu a criação de centros de processamento de dados dentro dos países do bloco, classificando o tema como uma questão de “soberania digital”.

 

Agenda

Além de assumir a presidência temporária do Mercosul, Lula aproveitou a visita à Argentina para realizar uma série de compromissos paralelos. Pela manhã, participou de um café com o presidente do Paraguai, Santiago Peña, com quem discutiu, entre outros temas, a renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, ponto que pode impactar a política energética entre os dois países.

Em um gesto que gerou desconforto com Milei, Lula também visitou a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar após ser condenada por corrupção. A visita foi autorizada pela Justiça argentina a pedido da própria Cristina. Lula já havia manifestado apoio público à ex-presidente, classificando sua situação como “adversa” e sugerindo que ela é vítima de perseguição judicial.

Ainda na agenda, o presidente brasileiro teve reuniões bilaterais com o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Esquivel e com o presidente da Bolívia, Luis Arce. A Bolívia foi incorporada ao Mercosul em julho de 2023 e está em processo de adaptação às regras do bloco, incluindo a Tarifa Externa Comum. O Brasil tem apoiado ativamente a entrada boliviana e pretende seguir incentivando sua plena integração regional.

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