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Mulheres de Brasília inovam no empreendedorismo

Não é novidade que as mulheres têm ganhando destaque em espaços que eram majoritariamente masculinos, inclusive, no mundo dos negócios. No Distrito Federal, a proporção de donas de pequenos negócios em relação aos homens atinge 35% (índice superior à média nacional de 34,4%). Do total de mulheres que atuam na capital federal, 53% estão no setor de serviços e 27% no comércio. Os dados são do estudo Empreendedorismo Feminino no Brasil em 2022, divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) neste mês.

 

De acordo com a pesquisa, 83% das empreendedoras locais são autônomas, enquanto 17% lideram negócios que empregam outras pessoas, superando a média nacional de 13%. Elas também ganham destaque em relação ao nível de escolaridade, já que 35% possuem ensino superior, em comparação com 28% na média nacional.

Apesar desse notável crescimento, as empreendedoras enfrentam desafios únicos, como a dupla jornada de trabalho. Muitas vezes, além das responsabilidades profissionais, elas também precisam lidar com as tarefas domésticas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres dedicam cerca de 18,5 horas semanais aos cuidados da casa, o que representa um desafio adicional.

 

Mulheres que inovam

 

Fernanda Gazotto Ferreira é uma das empreendedoras do ramo de serviços no DF. Ela é dona da Maria Vestido Closet Compartilhado, uma startup de aluguel de vestidos de festa localizada na 404 Sul. Ela escolheu o empreendimento porque, apesar do vestido de festa traduzir feminilidade e elegância, não é uma peça versátil, o que reduz significativamente a quantidade de vezes usada. Logo, acaba sendo um investimento alto para pouco uso.

 

“A Maria Vestido é um negócio voltado para o consumo consciente, por meio do compartilhamento de vestidos. Os vestidos são alugados para clientes que pretendem ter a experiência de usar uma peça única, sem necessariamente comprar. A Maria Vestido faz a intermediação dessas peças e presta, também, o serviço de curadoria delas”, explica a proprietária Fernanda Gazotto.

 

Fernanda Gazotto

Empresária e especialista em estratégia e desenvolvimento de negócios, Juliana Guimarães é outra empreendedora de Brasília que resolveu inovar. Ela abriu uma loja chamada O Dispensário, na 102 Norte, onde comercializa terpenos, que são óleos inspirados no mercado canábico produzidos a partir da combinação de extratos de diferentes plantas e frutas. Para quem não conhece, a substância é similar a um óleo essencial, porém, é usada para trazer novas experiências de cheiro e sabor em diversas receitas – como molhos de hambúrguer, café, sorvete e açaí.

 

“Empreender como mulher pode apresentar alguns desafios a mais, principalmente para as que, assim como eu, também escolherem exercer a maternidade. Ainda vivemos pré-conceitos para acessar crédito, enfrentamos os desafios da tripla jornada (casa, filhos e trabalho) que ainda pesa muito na rotina feminina e, em vários momentos, surgem dificuldades em processos de negociações e visibilidade quando comparamos com colegas do gênero masculino”, explica.

 

Juliana Guimarães

 
Lella Malta também é um exemplo de empreendedorismo. Ela já foi dona de uma empresa de alimentação natural que teve por cinco anos em Brasília. Depois, foi para o mundo literário. Há três anos a escritora, cientista e preparadora literária criou o projeto Escreva, Garota! um grupo de apoio, engajamento e capacitação continuada de mulheres que escrevem. 

 

As participantes, que estão distribuídas em mais de cinco países, se encontram virtualmente para debater teoria literária, técnicas de escrita criativa, os segredos da autopublicação e o marketing literário, em uma espécie de clube exclusivo com vários benefícios. 

 

“O objetivo é fortalecer uma rede de apoio feminina que se fundamenta na troca de experiências sobre escrita”, explica Lella. “Além de colocar nossas palavras no mundo, é fundamental que consumamos livros escritos por mulheres – e mulheres em toda a nossa pluralidade . Quantas escritoras você leu nos últimos tempos? Quantas delas são negras, LGBTQIA+, nortistas, nordestinas?”.

Para Lella, ainda existem desafios no empreendedorismo feminino. “Ser mulher é resistir na existência. É lutar diariamente pelo direito de ser quem se é. Como empreendedora do mercado editorial, função alinhada ao meu propósito de dar voz a outras mulheres, ocupo espaços que por muitas vezes nos foram roubados. Provo que faço arte, mas também faço negócios, que minhas palavras têm o poder de reinventar o mundo, mas também de garantir minha independência financeira”, reforça.

Dicas para futuras empreendedoras

Para a mentora de negócios Luciana Barbosa, as mulheres que desejam tirar o sonho do empreendimento do papel, precisam seguir quatro dicas valiosas:

1) Planeje com Clareza: Um plano de negócios sólido é essencial. Defina seus objetivos, metas, público-alvo e estratégias de crescimento de maneira clara e realista.

2) Desenvolva sua Rede de Contatos: Construir relacionamentos é fundamental no mundo dos negócios. Participe de eventos, grupos de networking e redes sociais para expandir sua rede de contatos.

3)  Invista em Autodesenvolvimento: Desenvolva suas habilidades de liderança, comunicação e gestão. O crescimento pessoal é crucial para liderar sua equipe e enfrentar desafios com confiança.

4) Busque Mentoria: Ter um mentor experiente pode proporcionar insights valiosos, orientação e apoio ao longo da sua jornada empreendedora.
 

Redação GPS

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