O Ministério Público Federal (MPF) está buscando depoimentos do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e do ex-comandante do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime. As informações são do Correio Braziliense.
Os depoimentos são necessários para a conclusão do inquérito de improbidade administrativa relacionado aos eventos de 8 de janeiro.
O inquérito civil, iniciado em 17 de janeiro, investiga também outras sete pessoas, incluindo o ex-coordenador do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Carlos Feitosa, e membros da PMDF. O procurador Henrique Martins Lima destacou em março a importância de ouvir Torres e Naime para a finalização das investigações.
Devido a circunstâncias como a prisão de Torres e Naime na época da elaboração do inquérito, houve a necessidade de obter a permissão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a realização dos depoimentos. O único despacho do procurador Lima apontou que não há evidências de conduta intencional para facilitar os atos criminosos por parte dos agentes.
O procurador aguarda ainda mais informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) para concluir a investigação. De acordo com a nova Lei de Improbidade Administrativa, a omissão de agentes públicos só é caracterizada quando há intenção de cometer o dolo. Por enquanto, nenhum dos envolvidos nos eventos de 8/1 se enquadra nesse cenário, sugerindo a possibilidade de arquivamento do inquérito caso não surjam novos elementos.
Embora reconhecendo falhas na execução do plano de segurança para os atos de 8 de janeiro, o procurador explicou que não é possível afirmar que o coronel Paulo José de Souza Bezerra, apontado pela Polícia Federal como omisso, agiu com conduta intencional, elemento essencial na avaliação de improbidade. Segundo o oficial, não havia análise precisa de risco para os eventos e as dimensões violentas não foram previstas.
Diversos coronéis que ocupavam posições de destaque na PMDF também compartilharam a visão de que não havia previsão de atos de grande magnitude no fim de semana de 8 de janeiro. Esta narrativa tem sido comum nas CPIs que investigam os eventos.