O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi às redes sociais, nesta segunda-feira (30), rebater as críticas vindas do Palácio do Planalto após a derrubada dos decretos do governo federal que previam o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Motta chamou de “fake” a afirmação de que teria “traído” a equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula das Silva (PT) com a decisão de incluir a votação da proposta de derrubada dos decretos na Câmara.
“Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento”, disse, em vídeo.
Motta disse, ainda, que a derrubada dos decretos recebeu votos de deputados da esquerda e da direita. “A Câmara dos Deputados, com 383 votos de deputados de esquerda e direita, decidiu derrubar um aumento de imposto sobre o IOF, um imposto que afeta toda a cadeia econômica”, disse.
“A polarização política do Brasil tem cansado muita gente e, agora, querem criar a polarização social”, continuou Motta.
A aprovação da derrubada no Congresso ocorreu em tempo recorde. Pouco após ser avalizada pelos deputados, a proposta foi enviada ao Senado e incluída na pauta da sessão plenária. A rapidez na tramitação e a ampla vantagem nos placares de votação demonstraram a forte resistência do Legislativo à medida do governo federal, que previa arrecadar R$ 20 bilhões com o aumento do IOF.
Ao editar o decreto, o governo petista sustentou que a arrecadação extra é indispensável para evitar novos cortes em áreas sociais e contingenciamentos que prejudiquem o funcionamento da máquina pública. No entanto, para a maioria dos congressistas, a medida penalizaria a população, com o aumento da tributação.