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Mostra de Tiradentes terá fórum para debater audiovisual

Batizadas de "Encontros pelo Audiovisual Brasileiro", mesas vão reunir profissionais para o diagnóstico dos pontos críticos do setor, a atividade que se intensificaram nos últimos anos

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De 20 a 28, a cidade mineira de **Tiradentes** acolhe a 26.ª edição da _Mostra de Cinema Brasileiro_. Nela, de 23 a 27, realiza-se a 16.ª _Mostra Aurora_, a grande vitrine da produção **autoral** e **independente** nacional. Este ano, a Mostra de Tiradentes sediará um **fórum** para discutir a **realidade** do setor e elaborar uma carta com o **diagnóstico** e as **reivindicações** da categoria.

A _Mostra de Tiradentes_ é o primeiro de três grandes eventos de cinema que a _Universo Produção_ realiza no ano. Os outros dois são o _Cine OP_, em junho, que privilegia o **cinema brasileiro de arquivo**, e mais para o fim do ano o _CineBH_, uma mostra de cinema **internacional**.

Somados, os três eventos totalizam a abordagem plena do cinema brasileiro e até mundial. **Vanguarda, memória e mercado**. O momento não poderia ser mais adequado para essa discussão. Os festivais voltaram a ser **presenciais**, mas o público ainda está reticente em voltar às **salas**. Só para lembrar, em _Cannes_, 2000, o festival abrigou outro fórum para discutir as mudanças que as novas **tecnologias** – o digital – poderiam provocar na estética e na indústria do **cinema**.

A _Mostra Aurora de 2023_, com curadoria de Francis Vogner dos Reis, Lila Foster e Camila Vieira, apresentará sete **filmes** na disputa pelo troféu _Barroco: A Vida São Dois Dias_, de Leonardo Mouramateus, _As Linhas da Minha Mão_, de João Dumans, _Cervejas no Escuro_, de Tiago A. _Neves, Peixe Abissal_, de Rafael Saar, _Solange_, de Nathalia Tereza e Tomás von der Osten, _Vermelho Bruto_, de Amanda Devulsky, e _Xamã Punk_, de João Maia Peixoto. _”Não há uma questão específica a unir os filmes, nem tendência, e sim experiências diferenciadas que se relacionam àquilo que interessa a cada diretor”,_ define Vogner.

Selecionados pelos **curadores**, outros seis títulos integram a Mostra Olhos Livres, assim nomeada em homenagem ao diretor Carlos Reichenbach. Camila Vieira destaca: _”Essa mostra abarca longas que propõem diferentes modos de criação no cinema, a partir de estilos diversificados e procedimentos estéticos que envolvem uma mirada mais livre e inventiva no modo de fazer”._ Dois dos filmes selecionados são de autoras já **premiadas/homenageadas** em Tiradentes – Helena Ignez, _A Alegria É a Prova dos Nove_, e Paula Gaetán, _O Canto das Amapolas_. Completam a seleção – _Cambaúba_, de Cris Ventura, _Alegorias_, de Leonel Costa, _O Cangaceiro da Moviola_, de Luís Rocha Melo, e _Terruá Pará_, de Jorane Castro. As duas mostras – _Aurora e Olhos Livres_ – contemplam obras de diferentes pontos do Brasil. Espelham as realidades **regionais, culturais**.

**Fórum**

Em 2023, Tiradentes fará **história** ao promover um fórum. Os _Encontros pelo Audiovisual Brasileiro_ vão reunir **profissionais** da área para o **diagnóstico** dos pontos críticos da atividade que se intensificaram nos últimos quatro anos. A ideia é aproveitar o clima de **esperança** para elaborar uma carta com as **reivindicações** da classe. O fórum foi elaborado pelo ex-secretário do Audiovisual, Mário Borgneth, e contará com a presença confirmada da ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.