O governo da Rússia reforçou a segurança em Moscou, neste sábado (24), diante do motim e das ameaças de avanço do Grupo Wagner à capital Russa. Policiais fecharam o acesso à Praça Vermelha e enquanto, de acordo com a agência de notícias Reuters, soldados russos teriam posicionado uma metralhadora na periferia de Moscou.
“A Rússia está hoje travando uma luta árdua por seu futuro”, declarou o presidente russo Vladmir Putin. Ele chamou o ataque de traição de “neonazistas e seus mestres”.
Na noite de sexta-feira (23), o chefe do grupo Wagner, Evgeny Prigozhin, acusou os militares russos de atacar a base de seu grupo. O Ministério da Defesa da Rússia negou que tenha havido esse movimento. O governo iniciou uma investigação criminal contra Prigozhin por “encenar uma insurreição armada”.
O Grupo Wagner atua como uma empresa militar privada, composta por uma rede semioficial de mercenários de um exército privado. Mercenário é como é chamado quem trabalha por pagamento e designa, especificamente, os soldados que lutam objetivando a remuneração, sem ideais ou fidelidade a um estado ou nação. A organização tem fortes ligações com o governo russo e atua em várias regiões pelo mundo, principalmente no leste da Ucrânia, na Síria e na África.
Descrita por alguns como um grupo de fachada do Departamento Central de Inteligência (GRU) das Forças Armadas Russas – já que é utilizado como braço de apoio em conflitos onde a Rússia está engajada -, a organização opera e é financiada por Yevgeny Prigozhin, um oligarca russo e confidente pessoal de Vladimir Putin. O líder mercenário, agora, se volta contra o presidente, que definiu a atitude como uma “facada nas costas“.