O Brasil se despediu, nesta quinta-feira (24), de José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, um dos maiores pugilistas do país.
O atleta faleceu aos 66 anos, em São Paulo, em decorrência de complicações causadas pela encefalopatia traumática crônica, conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013. A confirmação do óbito foi dada por sua esposa, Irani Pinheiro, em entrevista ao canal de TV “Record”.
Nascido em 11 de julho de 1958, em Aracaju, Maguila foi o principal representante do peso-pesado no boxe brasileiro. Durante 17 anos de carreira, ele acumulou um cartel de 85 lutas, com 77 vitórias, sendo 61 por nocaute, sete derrotas e um empate técnico. Entre seus adversários mais conhecidos estão Evander Holyfield e George Foreman, com quem disputou algumas das lutas mais marcantes de sua trajetória.
O interesse de Maguila pelo boxe começou cedo, ainda em Aracaju, ao assistir às lutas de Éder Jofre e Muhammad Ali. Aos 14 anos, Maguila se mudou para São Paulo, onde enfrentou dificuldades, incluindo fome e falta de moradia, até iniciar sua carreira no pugilismo em 1979.
Apesar dos sucessos, Maguila também enfrentou derrotas, como a perda de sua invencibilidade em 1985, quando foi nocauteado pelo argentino Daniel Falconi. No ano seguinte, Maguila venceu a revanche e encerrou a carreira de Falconi, que teve a retina do olho direito deslocada durante a luta.
Após encerrar sua carreira, Maguila foi diagnosticado com demência pugilística, uma doença degenerativa comum entre boxeadores devido aos repetidos golpes na cabeça. Nos últimos anos, o ex-pugilista passou a ser cuidado em uma clínica no interior de São Paulo, onde recebia tratamento para a doença.