Moraes restabelece aumento do IOF, mas mantém suspensão no risco sacado

Decisão veio após audiência de conciliação no STF, que terminou sem acordo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retomou parcialmente o decreto do governo federal elevando a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que havia sido derrubado pelo Congresso Nacional. O único trecho suspenso por decisão do relator é a parte que trata das operações de risco sacado.

As operações de risco sacado são uma modalidade de financiamento em que uma empresa antecipa o pagamento de fornecedores por meio de um banco, que assume o compromisso de quitar a dívida na data acordada, mediante desconto financeiro. Nesse modelo, o fornecedor recebe à vista, enquanto o comprador paga o banco posteriormente.

Nessa terça-feira (15), representantes do Legislativo e do Executivo participaram de audiência de conciliação no STF para decidir sobre o impasse em torno da elevação do tributo. A oitava, contudo, terminou sem acordo, com as partes defendendo esperar pela decisão judicial, ou seja, do próprio Moraes. 

A equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao encontro decidida a não recuar sobre o aumento da alíquota do tributo. O Executivo argumenta ter prerrogativa constitucional para editar decretos sobre tributação e, por isso, defende a manutenção da validade da norma, derrubada pelo Legislativo no último mês. 

Segundo o governo federal, o aumento do IOF sobre operações de crédito garantirá o cumprimento da meta fiscal estabelecida para este ano. A derrubada da medida, conforme projeções do Ministério da Fazenda, resultará na perda de arrecadação na ordem de R$ 20 bilhões.

Na reunião, os presidentes do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não compareceram e optaram por enviar representantes à audiência. 

Cronologia do IOF

  • 22  de maio: decreto eleva IOF sobre crédito, câmbio e seguro, visando arrecadar até R$ 20 bi ainda neste ano;
  • 11 de junho: decreto revisado e MP ajusta volumetria, mantendo aumento parcial (cerca de R$ 10,5 bi esperados para 2025);
  • 25  de junho: Congresso derruba o decreto via PDL, interrompendo os efeitos futuros;
  • 1 º de julho: governo recorre ao STF, argumentando se tratar de medida necessária para cumprir a meta de eliminar o déficit primário de 2025 e garantir superávit futuro;
  • 4  de julho: STF suspende tanto o decreto quanto a decisão do Congresso, marcando audiência de conciliação para 15 de julho.

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Edição 42

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