O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que o advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa de Filipe Martins, “ficasse quieto” durante o início dos depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação nas ações penais sobre suposta tentativa de golpe de Estado, ocorrida em 8 de janeiro de 2023.
“Enquanto eu falo, o senhor fica quieto”, disse o ministro.
Moraes, relator do inquérito que apura a suposta trama golpista, repreendeu o defensor do ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após ele argumentar ter recebido o que considera um volume expressivo de documentos da Polícia Federal dias antes do início das oitavas. Por isso, Chiquini defendia o adiamento da audiência desta segunda.
O ministro do STF, porém, rejeitou o pedido ao afirmar que os documentos não fazem parte da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Depoimentos
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta segunda-feira (14), a colher depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação nas Ações Penais (APs) 2693, 2696 e 2694, referente aos Núcleos 2, 3 e 4, da suposta tentativa de golpe de Estado, ocorrida em 8 de janeiro de 2023. As audiências vão até 23 de julho, e serão feitas por videoconferência.
Os depoimentos tiveram início às 9h, com as testemunhas de acusação, apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A partir das 14h será a vez de o tenente-coronel Mauro Cid falar, na condição de informante, por ter fechado um acordo de delação premiada. Seu depoimento será comum às três ações e será exibida na Primeira Turma do STF.
As audiências das testemunhas de defesa do Núcleo 2 ocorrem entre 15 e 21 de julho e poderão ser acompanhadas na sala de sessões da Primeira Turma do STF. As oitivas das testemunhas de defesa do Núcleo 3 serão realizadas entre 21 e 23 e serão na sala de sessões da Segunda Turma. As testemunhas do Núcleo 4 serão ouvidas nos dias 15 e 16 de julho, na sala de sessões da Segunda Turma. As testemunhas de defesa foram indicadas pelos advogados dos réus. A oitiva marca o começo da instrução processual, momento de produção das provas para acusação e defesa.