Moraes autoriza Delgatti a depor por videoconferência na CPI do 8 de janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta quarta-feira (13), que o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter sido o responsável pelo vazamento de mensagens da Operação Lava-Jato, a prestar seu depoimento por videoconferência para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, que está em curso na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). As informações foram publicadas pelo Correio Braziliense e confirmadas pelo GPS|Brasília.

“Olha, esse depoimento seria muito importante que fosse presencialmente, mas em função da logística e de despesa, nós vamos fazer através de videoconferência, a partir das 10 horas. Espero que o Delgatti conte efetivamente tudo o que ele sabe. E que se eles trataram com Bolsonaro sobre a preparação do golpe. Acho que é o que o país quer saber. Espero que a CPI do Distrito Federal contribua no sentido do esclarecimento da verdade”, disse Vigilante à coluna.

Delgatti está atualmente detido em um presídio em Araraquara, no interior de São Paulo, e havia manifestado o desejo de compartilhar informações cruciais com os membros da CPI em Brasília. Para viabilizar sua participação, o hacker solicitou que a comissão custeasse sua viagem e a de seus advogados à capital federal. Embora o pedido tenha sido inicialmente aceito, a logística não foi concretizada a tempo, levando os deputados a considerarem o cancelamento do depoimento.

No entanto, o despacho do ministro Alexandre de Moraes mudou o cenário. Agora, com a autorização para o depoimento por videoconferência, o presidente da CPI, o deputado Chico Vigilante (PT), confirmou que a oitiva de Delgatti ocorrerá conforme programado.

Walter Delgatti Neto foi preso em 2 de agosto como parte das investigações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Alexandre de Moraes. Além disso, o caso também investiga possíveis conexões entre Delgatti e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).