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Moraes autoriza CPI a acessar dados de inquérito sobre o 8 de janeiro

Presidente da comissão, deputado Chico Vigilante (PT), afirmou que grupo irá insistir na oitiva com Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos recebeu autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para acessar informações do inquérito que investiga os atentados do dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. 

 

A reunião entre os integrantes da CPI com Alexandre de Moraes foi uma solicitação do presidente da comissão, deputado Chico Vigilante (PT), que elogiou a atitude do ministro sobre a decisão. “O ministro foi muito solícito conosco. Conversamos com ele sobre a necessidade que temos de compartilhamento de alguns dados e da importância do trabalho que está sendo realizado pela CPI. Ele designou um juiz auxiliar para entrar em contato com o procurador da Câmara Legislativa do DF (CLDF) para que seja feito o devido compartilhamento, salvo algumas exceções de informações que estão sob extremo sigilo”, completou o distrital.

 

O encontro com Moraes aconteceu pela manhã, no prédio do TSE, e foi bem avaliado pelos integrantes da CPI, que tiveram a companhia do presidente da Câmara Legislativa, deputado Wellington Luiz (MDB). “A reunião atingiu seu objetivo. Os deputados saem daqui com uma carga de informações extremamente relevantes e com certeza vão contribuir bastante para o trabalho da CPI”, disse Wellington.

 

Além do presidente da CLDF, participaram da reunião os deputados Chico Vigilante (PT), presidente, Hermeto (MDB), relator, Paula Belmonte (Cidadania), Fábio Félix (PSOL), Gabriel Magno (PT), Thiago Manzoni (PL), Pastor Daniel de Castro (PP) e Joaquim Roriz Neto (PL).

 

O relator da CPI, deputado Hermeto (MDB), afirmou que a comissão caminha para uma apuração mais profunda sobre o papel do acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília, na destruição dos prédios públicos em 8 de janeiro.

 

Eu indaguei ao ministro, na linha que estamos seguindo como relator, se aquele famigerado acampamento foi o local onde foram idealizados todos os atos do dia 8 e do 12. Estou cada vez mais convicto e o ministro repartiu conosco e também acha que o acampamento foi a mola-mestra para que acontecesse isso. Também indaguei ao ministro porque praticamente houve um conflito entre as forças de segurança da PM com o exército para poder tirar aquele acampamento. É muito importante alcançarmos também os financiadores. A investigação está muito profunda”, apontou o relator.

 

Na saída da reunião, Chico Vigilante garantiu que CPI vai insistir em ouvir Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF. O assunto também foi tratado com Alexandre de Moraes. “Nós falamos da oitiva do Anderson Torres. O ministro infelizmente não pode obrigar ele a comparecer para falar. Ele só vai falar se quiser, mas nós vamos insistir até conseguir que ele compareça para falar”, garantiu.

 

Nesta quinta-feira (30), a CPI dos Atos Antidemocráticos se reúne para ouvir Jorge Henrique da Silva Pinto, tenente-coronel da Polícia Militar do DF que teria feito diversos alertas sobre as movimentações golpistas.