Caracterizada como uma condição em que alguns indivíduos apresentam desconforto desproporcional quando ouvem determinados sons, a misofonia pode despertar uma reação emocional de irritação, raiva, ansiedade e até pânico, além de um desejo intenso de escapar daquele barulho. O otorrinolaringologista do Hospital DF Star, da Rede D’Or, Marcelo Maruyama, explica a doença.
“Os sons que despertam misofonia variam para cada pessoa e não precisam ser necessariamente altos em volume. Alguns comumente relatados são barulhos com a boca, mastigação, sons da respiração e batida dos dedos ”, afirma o médico.
De acordo com Maruyama, apesar de ser pouco conhecida, a misofonia pode afetar muito a qualidade de vida de algumas Por isso, a conscientização sobre essa doença é fundamental para promover empatia e apoio aos que enfrentam esse desafio, ajudando a desenvolver estratégias de convivência e controle dos sintomas.
Diferentemente de muitas outras patologias, o diagnóstico da misofonia é clínico, ou seja, baseado nos sintomas relatados pelo paciente. “Não há exames específicos para diagnóstico, mas é sempre recomendada uma avaliação com o otorrinolaringologista para descartar outras alterações pertinentes do aparelho auditivo. O psiquiatra também tem um papel importante no acompanhamento do paciente, muitas vezes, para avaliar condições como transtornos de humor, que podem acompanhar o diagnóstico da doença ”, disse.
O médico alerta que é necessário fazer um acompanhamento detalhado com especialistas, já que a misofonia pode ser confundida com outras condições de saúde, incluindo distúrbios psiquiátricos, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade e depressão. Além disso, essas mesmas condições psiquiátricas podem acompanhar o diagnóstico de misofonia.
Segundo Maruyama, em geral, o tratamento para misofonia pode envolver terapia de dessensibilização, cognitivo-comportamental, além de técnicas de relaxamento e aconselhamento psicológico.
“A misofonia pode ser amenizada com tratamentos que tem como objetivo reduzir o grau de incômodo desses pacientes. No entanto, não há uma pílula mágica para isso. Sem tratamento, há uma menor previsibilidade em relação à progressão da misofonia, mas ela pode se agravar, particularmente quando há concomitância com comorbidades psiquiátricas”, alerta o otorrino.