O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o maior desafio para o fim da escala 6×1 é o convencimento dos parlamentares do Congresso Nacional. Ele classificou a jornada de 44 horas semanais como cruel. Para ele, é preciso encaminhar o assunto de forma construtiva.
Eu enxergo que é possível, plenamente possível (aprovar a redução da jornada] com um debate responsável, com tranquilidade, sem criar um susto para o empresariado. É preciso olhar isso sobre todos os aspectos. Enxergo que seria plenamente possível o Congresso aprovar a redução da jornada de trabalho imediatamente para 40 horas semanais sem redução de salário e iniciar um processo maduro de debate na construção gradativa para acabar com 6×1, disse o ministro.
Marinho elencou ainda algumas sugestões. “É preciso pensar em sustentabilidade. Sem mudanças abruptas”, disse o ministro, lembrando que, no passado, foi proposta uma mudança gradual com a diminuição de 30 minutos por ano. No entanto, ela não foi aceita. “Já estaríamos em 40 horas já há muito tempo se isso tivesse sido feito”, afirmou.
Ele pediu às lideranças empresariais que enxerguem o tema com naturalidade, vendo os próprios funcionários como consumidores. “Um bom ambiente de trabalho ajuda não somente na saúde, mas ajuda na produtividade e na qualidade do seu produto. Nós queremos um país saudável. Nós queremos um povo feliz. E nós queremos salário decente e empregos para todos e todas”, disse ele.
Fraude no INSS
Marinho foi questionado sobre o esquema de fraudes do INSS e afirmou que o caso teve início em 2019 e não foi investigado pelo governo anterior. Para ele, o importante agora é que o assunto está sendo investigado e que deve ser buscado ressarcimento aos que foram lesados no processo, enquanto as coisas se esclarecem.
Esse problema surgiu lá em 2019 e o governo anterior não investigou absolutamente nada, mas nós tomamos a iniciativa de investigação, enquadramento e de punição. E vamos garantir aos aposentados e pensionistas que eles serão ressarcidos de cada centavo que lhes foi retirado indevidamente”, declarou.