O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou, nesta quarta-feira (4), que o sistema sairá fortalecido e reconhecido internacionalmente após a situação da gripe aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul. O ministro também comentou que mesmo em casos ocorridos em aves silvestres, as aves em viveiros comerciais não foram afetadas.
“É importante dizer que essa crise mostrou ao mundo a robustez do sistema brasileiro”, disse o ministro. “Claro que não queríamos que [a doença] entrasse em uma granja comercial. Mas o fato é que, tendo acontecido [e não se espalhado], isso é também prova cabal de como o sistema brasileiro é robusto”, acrescentou.
Como o último caso em estabelecimento comercial ocorreu há 14 dias em Montenegro (RS), caso não ocorra nenhum outro caso em granja comercial, o País poderá se declarar como livre de gripe aviária, cumprindo os 28 dias de vazio sanitário, previstos em protocolos internacionais.
“Estamos, portanto, na metade do processo do vazio sanitário, sem que outras mortes ocorram nas granjas comerciais. Nossa expectativa é de que, ao final do vazio sanitário, a gente possa reduzir significativamente as restrições comerciais, até a volta completa à normalidade da comercialização”, destacou o ministro.
“Estamos com oito casos sendo investigados. Nenhum em granja comercial. O último caso de granja comercial investigado é Antagorda (RS), que deu negativo ontem à tarde, como era de se esperar.
O caso no Zoológico de Brasília, no dia 28 de maio, quando aves mortas foram encontradas, tratam-se de animais silvestres que não faziam parte do zoo. Este é mais um que se soma aos 168 casos em animais silvestres, que não implicam em restrições.
“Há dois anos não tínhamos casos [da gripe] em animais silvestres. Ou seja, desde 15 de maio de 2023. De lá para cá, nunca fechou um caso. É tão natural que não há protocolo prevendo restrição”, acrescentou.
O ministro também atualizou as restrições comerciais aplicadas contra a carne de frango brasileira. Segundo o ministro, dos 160 países que compram o produto brasileiro, 21 mercados estão com restrição total no Brasil; 14 suspenderam apenas a importação da produção com origem no Rio Grande do Sul ; e quatro deixaram de comprar a carne produzida no município de Montenegro.
Segundo Fávaro, as restrições de exportação resultaram em queda média de 7% no preço da carne de frango no mercado interno brasileiro.
Ele ressaltou que existem quatro emergências sanitárias vigentes no Brasil. “A da gripe aviária é a mais falada, mas há também relativas a doenças que atacam produções de cacau, carambola e mandioca”, disse o ministro.