Os mais desavisados não acreditariam se tratar de um evento político. Afinal, os ares de festival de música e de feira cultural se impuseram. Foi nesse clima, em um **auditório lotado no Museu Nacional, em Brasília, que Margareth Menezes tomou posse como ministra da Cultura**. Esse foi o retorno da pasta ao primeiro escalão do governo federal.
Durante o discurso, a ministra teceu muitas críticas ao governo passado, ao citar a falta de políticas para o setor cultural e o fim de um ministério que o representasse. Margareth afirmou que a cultura faz parte da base transformadora da sociedade, junto com saúde e educação. Celebrou o retorno da pasta e falou em “construção de pontes” em prol dos artistas do Brasil.
“_Vamos construir pontes que levarão a um futuro mais justo para os artistas e para o povo em geral_”, disse ela, afirmando que uma cultura forte auxilia em áreas como geração de emprego e educação, por exemplo.
“_Vamos voltar para ficar em paz com a dimensão cultural do Brasil_”. Em seguida, afirmou: “vencemos. O ministério da Cultura está de volta, o Brasil que queremos está de volta_”.
O evento contou com a presença de centenas de pessoas no auditório do Museu Nacional. Entre elas artistas e outros trabalhadores da cultura, além de servidores do ministério da Cultura.
Também estiveram presentes parlamentares, ministros do novo governo e a primeira-dama, Janja Lula da Silva. Muito aplaudida, ela reafirmou a importância da cultura no novo governo.
“_Nessa caminhada da campanha a gente conversava sobre a importância do setor cultural do Brasil. Em quase todos os municípios que estivemos fizemos reuniões com o setor. Percebemos que tentaram matar a cultura de todas as formas, mas não conseguiram_”, disse Janja.
“_Daqui pra frente é trabalho. A cultura é peça fundamental da reconstrução do Brasil_”, continuou.
O evento teve seu início marcado por uma performance maiúscula da Orquestra Alada Trovão da Mata, de Brasília. Com uma percussão forte e entrada marcante, inspirada na tradicional folia de reis, o grupo provocou arrepios no mais imparcial dos profissionais de imprensa presentes.
E da mesma forma que começou, a solenidade terminou com música. Como era esperado, e até desejado pelos presentes, a ministra encerrou seu discurso cantando. E com apoio das palmas de todos os presentes, Margareth Menezes entoou versos de “Manda Chamar”, de Roberto Mendes.
“_Manda chamar os índios, manda chamar os negros, manda chamar os brancos, manda chamar meu povo. Para o rei Brasil renascer, renascer de novo_”.
_Agência Brasil_