Com uma crise crescente na saúde pública do Distrito Federal, marcada pelo alarmante aumento nos casos de dengue, o Ministério da Saúde anunciou, recentemente, que a capital será priorizada na distribuição das primeiras 750 mil doses da vacina Qdenga; fórmula contra a doença.
A decisão foi tomada após um encontro entre a senadora Leila Barros (PDT-DF), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para discutir a situação da doença nas regiões administrativas do DF.
Com a maior incidência de casos no país a cada 100 mil habitantes, Brasília tem enfrentado um cenário preocupante. Mais de 29 mil casos confirmados somente em janeiro e três óbitos levaram o Governo do Distrito Federal a decretar estado de emergência. Hospitais públicos e privados da cidade estão sobrecarregados, atendendo uma enxurrada de pacientes em busca de cuidados médicos.
“Sabendo que a média de casos de dengue em Brasília é 10 vezes maior que a média nacional, é crucial que o Distrito Federal seja priorizado na distribuição das doses da vacina Qdenga. Esta medida é fundamental para conter o avanço da dengue na capital”, ressaltou a senadora Leila Barros, destacando a urgência da ação.
Apesar da garantia de priorização, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que a data exata para disponibilização da vacina no mês de fevereiro permanece indefinida. A necessidade de tradução da bula para o português pelo laboratório responsável, a farmacêutica Takeda, tem atrasado o início da distribuição.
“Nós estamos em uma situação de muita preocupação aqui no Distrito Federal. A vacinação é uma prioridade. Ela nos dá esperança, mas não é a solução para a situação que enfrentamos hoje”, destacou a ministra, enfatizando a importância do engajamento da população na eliminação dos focos do mosquito dentro de suas residências.
O plano de distribuição do Ministério da Saúde abrangerá 37 regiões de saúde, distribuídas em 16 estados e o Distrito Federal, priorizando áreas com alta transmissão da doença e incidência do sorotipo 2 do vírus. Mais de 500 municípios serão beneficiados por essa iniciativa, que visa imunizar prioritariamente crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.