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Mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,61% para 5,63%

Boletim do Banco Central aponta para inflação em queda até 2025. Previsão para o PIB é de 2,76% em 2022

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A previsão do mercado financeiro para o **Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)**, considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,61% para 5,63% para este ano. A estimativa consta do **Boletim Focus** desta segunda-feira (7), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo **Banco Central (BC)** com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2023, a projeção da inflação ficou em 4,94%. **Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente**.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. **A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano**, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está **acima do teto previsto**. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%.

**Em setembro, houve deflação de 0,29%, o terceiro mês seguido de queda no indicador**. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,09% no ano e 7,17% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para outubro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve aumento de 0,16% . Os dados consolidados de outubro serão divulgados na quinta-feira (10) pelo IBGE.

**Taxa de juros**

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a **Selic**, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ]. A taxa está no **maior nível desde janeiro de 2017**, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,25% ao ano. **Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano, para os dois anos**.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os **juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança**. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

**Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato**, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

**PIB e câmbio**

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano se mantém em 2,76%. **Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,7%**. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.

A expectativa para a **cotação do dólar manteve-se em R$ 5,20 para o final deste ano**. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana se mantenha nesse mesmo patamar.