Carol Mourão O terremoto que atingiu a Rússia na noite dessa terça-feira (29) já é considerado o sexto maior abalo sísmico registrado pela humanidade. Com a notícia de que alguns países da América do Sul, como Chile e Equador, sentiram efeitos do fenômeno natural, a equipe do GPS|Brasília conversou com o professor Lucas Vieira Barros do Observatório Sismológico (SIS) da Universidade de Brasília (UnB) para saber se o Brasil corre algum risco.
Segundo o especialista, no Oceano Pacífico, as placas tectônicas ainda se movem com muita potência, diferente da placa Sul Americana, onde as placas já estão mais acomodadas. Portanto, nosso País não sentirá os impactos do megaterremoto.
Houve uma imersão da placa pacífica que causou esse grande gargalo em ondas gigantes. Mesmo para as atividades da Placa Pacífica, a profundidade do mergulho foi rara. A terra desceu com massa d’água, gerando ondas que se propagarão na amplitude térmica. Foi impactante, mas não será o único. Muitos outros vêm acontecendo lá, entre 5 e 7 na escala de medições, explicou Lucas Vieira.
Já a placa Sul-Americana se move para oeste, afastando-se da Dorsal Mesoatlântica e aproximando-se da placa de Nazca, o que pode causar alguns abalos sísmicos menores em certas regiões do País, explicou.
O Serviço Geofísico da Academia de Ciências da Rússia informou que esse foi o terremoto mais forte registrado na região desde 1952, além de ser o mais forte do mundo desde 2011.
Confira os principais abalos sísmicos já registrados pela humanidade:
- Em 1960, um terremoto de magnitude 9,5 atingiu a região de Valdivia, no Chile, e deixou cerca de 1.655 mortos, além de provocar tsunamis que mataram 61 pessoas no Havaí, 138 no Japão e 32 nas Filipinas. Equivalente a 20 mil bombas de Hiroshima e causou um tsunami com ondas de até 25 metros devastando populações costeiras. Foi aplidado de ‘“monstro planetário”. Eram 15h11. Por cerca de 10 minutos, o País foi atingido por fortes solavancos ao longo de mil dos seus quase 5 mil quilômetros de costa no Pacífico.
- Em 1964, um tremor de 9,2 seguido por tsunami deixou 131 mortos no Alasca, nos EUA. Devastou Anchorage matando 130 pessoas. O tremor desencadeou um tsunami que atingiu o Golfo do Alasca, a costa oeste dos Estados Unidos e o Havaí. Calcula-se que os danos deram um prejuízo de US$ 2,3 bilhões
- Sumatra, na Indonésia, foi palco de um dos terremotos mais famosos da história recente, em 2004, que teve 9,1 de magnitude e provocou tsunamis que deixaram mais de 283 mil mortos em dez países. Provocou tsunamis que deixaram mais de 283 mil mortos em dez países
- No Japão, um sismo de 9,1 seguido de tsunami deixou mais de 15 mil mortos, além de provocar danos à usina nuclear de Fukushima
- Em 1952, um tremor de magnitude 9 foi sentido em Kamchatka, na Rússia, e causou um tsunami que chegou até o Havaí, mas sem deixar mortos.
- Terremoto de 2025 registrado em Petropavlovsk, também na Rússia, e que teve magnitude 8,8
- Em 1906, um outro tremor de 8,8 causou tsunamis que mataram cerca de 1.500 pessoas no Equador e na Colômbia
- O Chile registrou um sismo de 8,8 em Maule, em 2010, que foi seguido de tsunami e causou a morte de 523 pessoas
- Em 1965, as Ilhas Rat, no Alasca, foram o palco de um tremor de 8,7 que provocou ondas de mais de 10 metros, mas que não deixaram vítimas
- Também no Alasca, mas em 1946, um terremoto de 8,6 causou um tsunami que destruiu o farol de Scotch Cap e deixou mais de 150 mortes, a maioria no Havaí
