GPS Brasília comscore

Médica explica “caneta para emagrecimento” que tem resultado similar à bariátrica

Médica pós-graduada em Nutrologia e Endocrinologia esclarece que o produto pode ser importado para o Brasil

Compartilhe:

As “canetas para emagrecimento”, criadas inicialmente para tratamento de diabetes tipo 2, ganharam destaque entre as alternativas cada vez mais populares para quem quer perder peso. Recentemente, uma nova versão desse produto, mas que tem como ativo a tirzepatida, está ganhando os holofotes por ter maior eficácia, já que pode ser comparada até mesmo a uma cirurgia de redução de estômago bariátrica, conforme detalha a médica pós-graduada em nutrologia e endocrinologia, Dra. Priscilla Proença.

Segundo ela, a nova caneta, assim como as demais, tem uso injetável sob a pele, que pode ser diário ou semanal. Entre outras ações, ela aumenta a saciedade e diminui o apetite, contribuindo dessa forma para a perda de peso. Como exemplo destas medicações no Brasil já existiam a liraglutida, ativo da Saxenda, e a semaglutida, da Ozempic. “No caso da nova caneta, produzida a partir da tirzepatida, ela alcançou uma perda de peso nunca antes vista com nenhum outro medicamento para tratamento do sobrepeso e obesidade no mundo, podendo ser comparada ou ser superior à perda de peso de uma cirurgia bariátrica”, reforça.

Recentemente, a agência de saúde dos Estados Unidos, FDA, liberou a comercialização da tirzepatida, com os nomes comerciais de Zepbound e Mounjaro. “Os estudos realizados com esse novo ativo apontam uma redução de peso bem maior quando comparada aos já existentes no Brasil. Enquanto a semaglutida (Ozempic) mostrou redução de 15% e a liraglutida (Saxenda) de 8%, a nova medicação pode atingir uma diminuição de até 25%”, compara a médica.

No Brasil, a médica explica que a Anvisa liberou em 2023 o uso do Monjaro para tratamento de diabetes, mas ainda segue pendente a liberação da comercialização do produto. Até lá, o produto pode ser importado mediante prescrição médica. “Quando bem indicadas e com acompanhamento médico, as canetas podem auxiliar de forma efetiva no tratamento da obesidade e Diabetes, bem como outras condições consequentes destas duas doenças”, esclarece.

Ela alerta que, assim como qualquer outra medicação, as “canetas” exigem cautela e avaliação médica para o seu uso. “Existem, sim, pessoas que não terão indicação e algumas apresentarão efeitos colaterais que devem ser acompanhados pelo profissional que prescreveu. Parte dos pacientes em uso destes medicamentos podem ter efeitos indesejados de leves a moderados, ressalta.

Ela cita que os efeitos adversos podem ser de ordem gastrointestinais, entre eles, diarreia ou prisão de ventre, desequilíbrio da flora intestinal, náuseas e/ou vômitos. Também podem desencadear cansaço, alteração do humor e quadros mais graves, como pancreatite aguda, obstrução intestinal e depressão, por isso, a importância de ter acompanhamento profissional

“O médico precisa avaliar as causas do ganho do peso corporal e as condições metabólicas do paciente para que haja uma boa indicação, até porque o aumento de peso possui várias causas. A ansiedade e o estresse, por exemplo, são fatores que geram compulsão alimentar, e que devem ser avaliados no tratamento. Alguns pacientes com esses quadros podem não perder peso mesmo usando a caneta”, explica.

A médica lembra que as medicações atuam facilitando o processo de perda de peso, mas isso não significa que o paciente não precise realizar a mudança do estilo de vida com ajuste alimentar, a prática de exercícios físicos e outros hábitos que contribuem para a perda e manutenção do peso. Além disso, é importante ter sono de qualidade.