O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Wellington Luiz, afirmou em entrevista ao GPS|TV que o “MDB precisa ser ouvido” na definição do candidato a suceder Ibaneis Rocha no Governo do DF (GDF). Segundo o deputado distrital, a prioridade do partido, neste momento, é apoiar a candidatura de Celina Leão, do Progressistas e atual vice-governadora.
“Hoje temos duas candidaturas definidas: Ibaneis Rocha para o Senado e Celina Leão para o governo. O MDB precisa ser ouvido, mas a intenção é apoiar a vice-governadora. Não há interesse em lançar candidatura própria neste momento. Nosso objetivo é apoiar Celina Leão”, destacou o parlamentar.
Questionado sobre a relação do diretório do DF com a direção nacional do partido, o presidente da CLDF foi categórico: “O MDB-DF tem ótima sintonia com o MDB Nacional. Tenho diálogo direto com o presidente Baleia Rossi. Nossa característica é conversar com todos, seja de esquerda, centro e direita. O eleitor quer resultado, não ideologia”.
Vale lembrar que o partido ocupa ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e tem, no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha como principal liderança política e adversário declarado do petista.
Wellington também comentou sobre o impacto político de uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em suposta trama golpista para mantê-lo no poder após as eleições de 2022. O julgamento teve início nessa terça (2) e será retomado na próxima semana.
“Bolsonaro é uma referência política e um fenômeno no País. Qualquer condenação ou impedimento eleitoral terá reflexos na política nacional. É hora de buscar objetivos claros e melhorias para os brasileiros, evitando divisões eternas”, prosseguiu o emedebista.
Confira a íntegra da entrevista:
Confira outros trechos da entrevista com o presidente da CLDF
O clima político na CLDF em 2025 tem sido intenso. Como o senhor tem feito para manter o diálogo e o equilíbrio?
Nosso perfil é diálogo e respeito. Fui eleito e reeleito por unanimidade, inclusive com seis meses de antecipação, exatamente porque prevalecem essas duas características no nosso cotidiano.
O clima está mais aquecido, mas isso faz parte do processo político. Quando há diálogo e respeito, todos os problemas acabam sendo resolvidos. O importante é nunca perder essa capacidade de dialogar.
Recentemente, a Mesa Diretora, da qual o senhor é presidente, encaminhou o pedido de suspensão do deputado Daniel Donizet para a Corregedoria e o Conselho de Ética. Por que não houve suspensão imediata?
Primeiro, não cabe suspensão imediata. O processo exige cumprimento de um rito. A Procuradoria-Geral da Câmara opinou pelo arquivamento, não encontrando fundamentação para prosseguir, mas a decisão é da Mesa Diretora. Dois parlamentares pediram vistas e solicitaram pena de suspensão em vez de arquivamento. A Mesa acatou o pedido da Procuradoria da Mulher em três quesitos, permitindo o prosseguimento do processo, que pode resultar em suspensão de 30 dias.
Então, o rito será sempre esse, mesmo para outros casos, como o do deputado Daniel de Castro, que foi condenado pelo TJDFT por difamação?
Exatamente. O rito é regimental: Corregedoria, Conselho de Ética e plenário. Pode haver arquivamento ou prosseguimento. No caso do deputado Daniel de Castro, a condenação ainda não transitou em julgado, e ele certamente vai recorrer.
Sobre a aprovação do projeto que viabilizou a aquisição do Banco Master pelo BRB, por que a votação foi tão rápida?
Esse projeto vinha sendo discutido há seis meses. Desde o início, defendemos que deveria passar pela Câmara. Quando o Tribunal de Justiça determinou isso, já havia ampla discussão técnica. A votação célere foi também por questão de prazo: havia risco de decisão do Banco Central e de descumprimento de ordem judicial, o que inviabilizaria o processo.
O senhor também presidiu a sessão de aprovação do PPCUB. Qual a importância desse projeto?
O PPCUB define diretrizes para o crescimento de Brasília. Era um projeto engavetado desde 2011. Conseguimos aprová-lo com ampla discussão, garantindo que Brasília cresça com responsabilidade. É um legado político importante.
E o PDOT?
O PDOT estava parado há mais de uma década. Desde agosto está na Câmara. A expectativa é votar na segunda quinzena de novembro e entregar mais esse avanço para a população e o setor produtivo.
E sobre a paridade salarial entre Polícia Civil e Polícia Federal, como estão as negociações?
Estamos usando diálogo e todos os instrumentos possíveis. A paridade é um direito claro, os recursos já foram liberados pelo governador, e cabe à União formalizar. Se houver negativa, os policiais não cederão. Eu mesmo, como ex-sindicalista, não fugirei da luta para garantir esse direito histórico.