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Mau humor crônico: quando a questão deixa de ser passageira e afeta a qualidade de vida

Tipo de depressão conhecida como distimia pode ser a causa desse estado de ânimo; entenda

Todo mundo tem dias ruins. Um trânsito demorado, uma reunião estressante, um problema familiar — os motivos para acordar de mau humor são muitos e, geralmente, passageiros. Mas e quando a irritação deixa de ser pontual e se transforma em um estado permanente? A falta de paciência e o negativismo constantes podem ser sinais de algo mais profundo: o mau humor crônico. Esse estado de ânimo duradouro pode afetar significativamente as relações pessoais, o rendimento no trabalho e até a saúde física. E o que pouca gente sabe é que ele pode estar relacionado a distúrbios emocionais como a distimia — uma forma mais leve, porém persistente, de depressão.

“Na grande maioria das vezes, quem sofre com a distimia é visto como sendo de ‘personalidade difícil’. Isso acontece porque os sintomas persistem durante dois ou mais anos na vida da pessoa, como por exemplo: irritação constante, negatividade em relação à vida, desânimo e tristeza, isolamento social, falta de energia para tarefas rotineiras, sentimento constante de culpa, autocrítica fora do comum, mau humor exagerado, dificuldade na tomada de decisões, alterações de apetite e uma tendência ao uso de drogas ilícitas e abuso de álcool, cigarro e tranquilizantes”, explica a psicanalista Andrea Ladislau.

Diferente de um dia ruim, o mau humor crônico se instala aos poucos e vai dando sinais. Pessoas que convivem com esse estado costumam relatar impaciência exagerada, reações explosivas a pequenos contratempos e dificuldade em sentir prazer ou entusiasmo. Muitas vezes, acabam se isolando socialmente, por não conseguirem manter relações de forma leve e estável.

Ele pode ser, inclusive, contagioso, porque, segundo a psicanalista, a energia, o comportamento e as emoções de outra pessoa, são refletidos em nosso cérebro, através dos neurônios espelhos, que mesmo de forma inconsciente, nos conecta com os sentimentos de irritabilidade e impaciência do outro, fazendo com que essas emoções sejam sentidas e replicadas.

Andrea destaca que é importante prestar atenção a esses comportamentos, que muitas vezes são normalizados ou atribuídos a traços da personalidade:

Estar atento aos sintomas e às alterações comportamentais que destoem do normal é fundamental para identificar atitudes fora da curva. Visto que, o pessimismo constante, a irritabilidade prevalente e a necessidade de isolar-se socialmente, não é nada saudável e aponta um sofrimento psíquico importante, que requer intervenção psicoterápica para garantir uma vida mais leve e equilibrada.”

O que pode causar esse quadro?

Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento do mau humor crônico, como:
• Estresse constante e ambiente de alta pressão;
• Privação de sono e cansaço acumulado;
• Sedentarismo e má alimentação;
• Uso excessivo de telas e redes sociais, especialmente com consumo de conteúdo negativo;
• Alterações hormonais ou problemas de saúde não tratados.

Além disso, frustrações recorrentes, traumas não elaborados e falta de suporte emocional também podem colaborar para esse estado emocional duradouro.

Tem tratamento?

Sim! E buscar ajuda é fundamental. Se o mau humor deixou de ser pontual e passou a afetar suas relações, sua produtividade ou sua vontade de viver, é hora de procurar apoio. O diagnóstico correto e o tratamento adequado podem trazer alívio e melhorar muito a qualidade de vida.

Andrea reforça que, embora o mau humor crônico traga muitos prejuízos à vida da pessoa, é possível reverter esse quadro:

Apesar de tantos prejuízos, existe tratamento e ele pode neutralizar os danos emocionais. Através do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar composta por um psicólogo e um psiquiatra, os resultados positivos podem ser observados e a normalidade recuperada no cotidiano“, orienta a profissional.

Mudanças no estilo de vida, como melhorar a qualidade do sono, praticar exercícios físicos, reduzir o consumo de álcool e buscar atividades prazerosas, também têm papel importante na recuperação do equilíbrio emocional.

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