A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, cancelou a participação na audiência pública da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal, prevista para esta terça-feira (8). A desistência ocorre em meio aos recentes ataques sofridos pela titular da pasta durante reuniões anteriores no Congresso Nacional.
Oficialmente, porém, a justificativa é de que a ministra estará reunida com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o que impossibilita o comparecimento ao Senado.
A titular do Meio Ambiente havia sido convidada pelo presidente da CMA, senador Fabiano Contarato (PT-ES), a falar sobre as metas e as prioridades da pasta para 2025 e sobre os preparativos para a COP 30, que será realizada no final do ano em Belém (PA).
Novos ataques
Na última semana, Marina foi alvo de ofensas proferidas por deputados de oposição ao governo Lula durante uma sessão da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Na ocasião, o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) chegou a chamá-la de “adestrada”.
Não satisfeito, o deputado capixaba comparou a atuação de Marina no colegiado às estratégias retóricas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). “Usei a expressão adestramento numa sessão passada, e não foi uma ofensa pessoal, porque repetições que busca resultado é adestramento”, afirmou o parlamentar.
“Esse modus operandi da ministra não é algo isolado. A estratégia dela é a mesma que as Farcs colombianas usam, que o Hamas, Hezbollah usam.”
Essa não foi a primeira vez que o parlamentar usou o termo para se referir à ministra. Ainda em 2024, enquanto presidente do colegiado, o deputado disse que ela havia sido “adestrada” para ir à reunião. “Quem é que é adestrado? Tenha santa paciência. O senhor não vai me dizer que sou uma pessoa adestrada”, respondeu Marina à época.
A ministra lamentou as ofensas e lembrou dos recentes ataques que sofreu no Senado Federal. “Depois do que aconteceu ali (no Senado), as pessoas iam achar muito normal fazer o que está acontecendo aqui num nível piorado. Fui terrivelmente agredida”.
Em maio, Marina abandonou uma audiência na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado após ter sido alvo de ataques verbais de senadores da oposição.