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Maria Coeli conta detalhes da gravação do curta ‘JK por dona Sarah’

Filme foi lançado na terça-feira (22), data que completou 47 anos da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek

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Diretora do documentário JK por dona Sarah que estreou no Cine Brasília na noite de terça-feira (22), a cineasta Maria Coeli contou em entrevista exclusiva ao site GPS como foi a gravação feita com a ex-primeira-dama, Sarah Kubitschek. As imagens foram captadas há 36 anos e traz relatos de Sarah ao lado de JK, da construção de Brasília e do Memorial JK. Além de relatos sobre os momentos da entrevista, Maria Coeli fala da relação que tinha com a família JK.

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Maria Coeli nasceu em Belo Horizonte (MG) e veio para Brasília em 1960. Estudou no Caseb e formou-se em Artes Plásticas na  Universidade de Brasília (UnB). É professora, poetisa, cineasta e autora dos audiovisuais História do Núcleo Bandeirante, História de Brazlândia, Brasília feita por nós, Corpo Coletivo, Caseb 30 anos, Honestino e Athayde, sua obra seu tempo. Escreveu “É triste mas não é de soluçar” e “Liberdade é”.

 

Confira a entrevista na íntegra abaixo:

1 – Qual foi a sua inspiração para produzir esse filme? 
“Olha, sempre admirei muito a figura de mulheres fortes. Pensei em fazer uma série sobre as ex-primeiras-damas da República, mas acabei desistindo e fiz somente o documentário de dona Sarah. Eu tinha admiração por ela desde criança. Ela era maravilhosa, agradável, delicada. Era muito importante, criou um movimento de mulheres para ajudar outras pessoas que precisavam quando o marido era presidente da República. Desde quando ela era primeira-dama de Minas Gerais, quando Juscelino era governador de lá, eu já percebia que ela tinha interesse em ajudar as pessoas. Ela não era nada fútil. Ela era humilde.”

 

2 – Em que época você captou as imagens e como você conseguiu a entrevista com Sarah?
“Ela foi minha madrinha de casamento, então, disse a ela que tinha muita vontade de entrevistá-la para falar sobre sua vida junto ao presidente Juscelino, e ela se prontificou. Casei com Paulo Dionísio de Vasconcelos, que era diplomata na época. Passaram-se anos até o dia em que o Coronel Afonso Eleodoro, que trabalhava com ela na época, me chamou e disse que dona Sarah poderia conceder a entrevista. Nesse meio tempo, fiquei sabendo de um almoço que teria na casa da Márcia Kubitschek, filha da dona Sarah. Não fui convidada, mas fui até lá e entrevistei a dona Sarah antes do almoço. Na época, a Márcia era senadora. Isso foi em 1987. O filme tem duração de uma hora. Eu mesmo gravei e entrevistei a dona Sarah.”

 

3- Quais são os trechos da entrevista com a ex-primeira-dama que a senhora considera mais marcantes? 
“Eu gosto de tudo que gravei para te falar a verdade. Mas, no dia da entrevista, quando eu pensei que tivesse encerrando a conversa, ela falou: “Não, não. Eu quero falar, eu quero falar”. Essa é a parte que eu gosto mais. Então, perguntei o que ela queria falar. Ela respondeu que tinha que contar a história do Memorial JK. Então, ela falou tudo que ela conseguiu fazer para realizar essa obra.”

 

4 – Por que só agora que a senhora conseguiu lançar o filme? 
“A vida da gente nem sempre é fácil. Aconteceram vários fatos na minha vida e o lançamento acabou não sendo feito naquela época. De qualquer forma, acredito que agora foi o momento certo para divulgar essa entrevista e mostrar a força que tinha a dona Sarah, nossa ex-primeira-dama do Brasil.  Acredito que esse documentário, feito quando ela ainda estava vida, vai ficar na história.”

 
5 – Como começou sua relação com Brasília?
“Eu morava em Belo Horizonte até que vim para Brasília em 1960. Estudei no Caseb, no Elefante Branco e me formei na Universidade de Brasília (UnB). Vim trazida pelo pai, Manoel de Almeida, mineiro que não deixava a família para trás. Meu pai era deputado federal por Minas Gerais, era do Partido Socialista Brasileiro (PSD). Ele foi eleito por quatro vezes. Era muito idealista, muito amigo de JK.”
 

6 – Fale um pouco sobre sua carreira como cineasta. 
“Eu faço cinema tem muito tempo, sabe? Desde 1960. Estudava na UnB quando houve o golpe militar de 1964. Aconteceu  uma porção de coisas no Brasil, e aí eu resolvi fazer um filme com uma mulher que fosse importante demais para Brasília e que fosse um modelo para nós em Brasília. Também produzir outros documentários, entre eles, História do Núcleo Bandeirante, História de Brazlândia, Caseb 30 anos, Honestino e Athayde.”

Sobre o filme:
JK por dona Sarah
Nota técnica
Direção, produção e pesquisa: Maria Coeli
Edição: Milene K. 
Trilha sonora: Fernando Corbal
Em cartaz no Cine Brasília.