O senador Marcos do Val (Podemos-ES) publicou neste sábado (30) um vídeo em que aparece correndo em uma esteira e equipado com aparatos policiais. É a primeira publicação do parlamentar desde que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou parte das medidas cautelares impostas a ele, inclusive a permissão para uso das redes sociais.
Na legenda da postagem, Do Val, que antes de ser político foi militar do Exército Brasileiro no 38º Batalhão de Infantaria e instrutor da Swat, nega ter envolvimento em suposto acordo com Moraes para flexibilizar as medidas. “Tempo de retomar os treinos, cuidar da minha saúde e da minha família. Em alguns dias estarei no senado renovado e ainda mais combativo. ‘Acórdão’? Nao negocio a minha honra e nem a minha história!”, publicou o parlamentar.
Veja a postagem:
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A decisão de retirar parte das proibições impostas ao senador veio na sexta-feira (29), após Moraes acolher um recurso do Senado para suspender o uso de tornozeleira eletrônica, o bloqueio de contas bancárias e chaves Pix, a suspensão do salário, a proibição de uso de redes sociais e o recolhimento domiciliar noturno.
Permanecem em vigor, no entanto, a proibição de sair do País sem autorização e a apreensão dos passaportes.
A flexibilização das medidas ocorreu após um acordo nos bastidores entre o STF e o Senado. Pouco depois, Marcos do Val apresentou pedido de licença do mandato. O ministro citou esse movimento em sua decisão:
“A petição apresentada pela advocacia do Senado Federal veio acompanhada de cópia do pedido de licença que Marcos do Val encaminhou ao presidente do Senado Federal, salientando a incapacidade temporária para exercer o mandato de senador da República e externando seu respeito ao Estado Democrático de Direito e às instituições democráticas”.
Entenda
No início de agosto, Moraes determinou que o Do Val usasse tornozeleira eletrônica e bloqueou suas contas bancárias após ele viajar aos Estados Unidos sem autorização da Corte.
Desde o ano passado, o senador está proibido de deixar o País, depois que seus passaportes foram retidos. Mesmo assim, em 23 de julho, o parlamentar embarcou para Miami valendo-se do passaporte diplomático, que não havia sido entregue à Polícia Federal. Antes da viagem, ele chegou a pedir autorização a Moraes, mas teve o pedido negado.
O senador é investigado no STF por suposta campanha de ataques nas redes sociais contra delegados da Polícia Federal responsáveis por apurações envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.