O **ex-ministro Guido Mantega** pediu para deixar a equipe de transição do governo Lula, a qual havia integrado de forma voluntária, para ajudar no processo de mudança do governo. A decisão foi revelada pela **coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo**, e confirmada pela assessoria de comunicação do governo de transição de Lula.
Segundo a assessoria, o **vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin**, ligou para Mantega para agradecer pelo trabalho e pelo gesto de desprendimento em relação ao cargo.
Em carta enviada a Alckmin, que é o coordenador-geral da equipe de transição, Mantega diz que aceitou trabalhar como colaborador não remunerado, sem cargo público, devido à **punição imposta a ele pelo Tribunal de Contas da União (TCU)**, em 2014, nos episódios das chamadas “_pedaladas fiscais_”, que desembocariam no impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
>”Em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na Equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos”, afirma **Mantega**, na carta.
Mesmo assim, disse o ministro, “_essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo. Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da Equipe de Transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública._”
Guido Mantega afirmou que aceitou “_com alegria o convite para participar do Grupo de Transição, na certeza de poder dar uma contribuição para a implantação do governo democrático do presidente Lula_”, mas que julgou ser melhor se retirar de cena, devido aos **tumultos** que alegou. “_Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação_”.
Na semana passada, Guido Mantega enviou uma carta a representantes dos governos americano, chileno e colombiano pedindo para adiar a **eleição para a presidência do BID**. O ato causou polêmica. O Brasil foi o primeiro a apresentar um candidato oficial à corrida pela liderança do BID. Há cerca de três semanas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, responsável pela indicação, havia oficializado o nome do então **diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, Ilan Goldfajn**.