Em seu depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos nesta quinta-feira (9), o major da Polícia Militar Cláudio Mendes dos Santos negou diversas alegações atribuídas à sua participação nos eventos. Sobre os vídeos em que aparece pedindo doações via PIX, ele confirmou que fez os pedidos, mas informou que nenhum dos valores entrou em sua conta e que desconhece quem recebia as doações.
O militar contou ainda que muitos dos acampados no QG do exército permaneceram no local porque circulava a informação de que o STF poderia, a qualquer momento, confirmar as suspeitas que eles tinham de que houve fraude nas urnas eletrônicas. Segundo ele, corria a notícia de que um CD da própria justiça eleitoral poderia confirmar essa hipótese e que este CD seria trazido a público a qualquer momento. O referido CD, porém, nunca foi apresentado.
Gabriel Magno (PT) afirmou que esse tipo “factoide” estimulou um grupo de pessoas a questionar o resultado das eleições. O deputado criticou ainda o relatório apresentado pelo Ministério da Defesa após as eleições, alegando que o documento foi um “relatório fraudado” elaborado por membros do governo anterior que não reconheciam o resultado das urnas. Segundo Magno, o documento foi crucial para estimular os ânimos dos apoiadores do ex-presidente contra a democracia.
“O mentor intelectual [dos ataques] é o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que articulou e mobilizou um setor do alto comando das forças armadas para isso, levando várias pessoas para as ruas e para os acampamentos”, afirmou Magno.
A CPI se reúne novamente na próxima quinta-feira (16) para sua última oitiva, com depoimento do Coronel Reginaldo Leitão. A reunião de hoje teve transmissão pelo canal de YouTube da CLDF e cobertura em tempo real pelo X (antigo Twitter) da Casa.
Agência CLDF