O Riacho Fundo II completa 28 anos neste sábado (6) sendo um porto seguro para outras regiões do DF. Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), a cidade teve o maior registro migratório do Distrito Federal de 2018 a 2021. São 3.846,72 mil hectares de área e mais de 72,9 mil moradores, com idade média de 30,8 anos, conforme dados da Pdad 2021.
Nos últimos quatro anos, a cidade recebeu investimentos em saúde, educação, mobilidade, segurança, entre outras áreas. “De 2019 para trás, havia uma espera muito grande por escolas, equipamentos de saúde… E a partir de 2019, com a troca de governo, ganhamos mais comércios, mais serviços públicos”, destaca a administradora regional, Ana Maria da Silva.
Em janeiro deste ano, foi entregue a duplicação da Avenida N3, que liga a cidade à Estrada Parque Núcleo Bandeirante. Com aporte de R$ 2,8 milhões, a duplicação da pista foi realizada numa extensão de aproximadamente 1,2 km. Também foram feitas ciclovias, calçadas, paisagismo, drenagem, rampas de acessibilidade e paradas de ônibus, ao custo de R$ 1,1 milhão.
“Era uma via muito esburacada e cheia de transtornos, com muito engarrafamento. Com a duplicação, o fluxo de carros ficou muito mais rápido”, avalia a administradora regional. Além disso, desde março, a Avenida N3 recebe a instalação de 26 novos postes de grande porte e 54 luminárias de alta tensão, ao custo de R$ 256.904,88. E em breve um novo trecho de 1 km será duplicado.
Outra grande obra é o viaduto que liga o Riacho Fundo II ao Recanto das Emas, localizado na Estrada Parque Contorno (DF-001). Inaugurado em março deste ano, o elevado teve um investimento de R$ 30,9 milhões e beneficia diariamente cerca de 30 mil motoristas que transitam entre as duas cidades ou em direção ao Plano Piloto ou ao Gama.
Também no mês passado, foi iniciada a recuperação asfáltica na Estrada Parque Contorno (DF-001), entre a BR-060 e a DF-065. O trecho abrange a área entre o Viaduto do Recanto das Emas e o Balão do Periquito, no Gama. O novo pavimento vai beneficiar aproximadamente 70 mil motoristas que trafegam diariamente pela região. O investimento é de mais de R$ 6,3 milhões.
Além disso, está em andamento a instalação de drenagem, pavimentação, iluminação e construção de calçadas na QS 1 à QS 31 para melhorar a mobilidade de cerca de 3 mil famílias. Com investimento superior a R$ 13,6 milhões e geração de 40 empregos, a iniciativa é da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab).
Trabalho contínuo
A região aniversariante ainda ganhou uma nova unidade de pronto atendimento (UPA) e uma unidade básica de saúde (UBS), ambas inauguradas em 2021. Juntas, as obras receberam R$ 14,6 milhões de investimento. Na educação, destaque para a abertura do Centro Interescolar de Línguas (CIL) Riacho Fundo II, que pode atender mais de 3 mil alunos em quatro idiomas – inglês, espanhol, francês e japonês.
O Centro de Educação Infantil (CEI) Parque do Riacho, na QN 12A, começou a ser construído em 2022 e poderá atender até 560 alunos. Os recursos são na ordem de R$ 9,5 milhões.
No âmbito esportivo, foi entregue o campo de futebol sintético do Complexo Esportivo da QN 34, com aporte superior a R$ 670 mil. Novas estruturas serão construídas, como uma quadra poliesportiva, duas quadras de areia, uma quadra de tênis, um ponto de encontro comunitário (PEC), um parque para crianças e um espaço de convivência para idosos. Com isso, a previsão é que o investimento chegue a R$ 4,6 milhões.
“Por muito tempo, no local em que foi construído o campo sintético e em que ainda será construída uma quadra de areia, havia um ponto de muita insegurança para a população”, conta a administradora regional. “Em 2019, conseguimos retomar o espaço e limpar tudo, e logo entregaremos todo um aparato de esporte e educação”, completa Ana Maria da Silva.
Quem aproveita o espaço novo é o professor de futebol Romário Fernandes, 52 anos. Às terças e quintas-feiras, ele e uma turminha de atletas, de 5 a 15 anos, utilizam o campo de futebol. “Não tinha nenhuma estrutura antes. E ficou muito bom, organizado, para a comunidade ficou ótimo”, avalia.
Outros espaços públicos, como praças e quadras de esporte, servem de palco para ações sociais realizadas pelos próprios moradores. É o caso da síndica e educadora Marilene Alves, 38, que organiza brincadeiras com crianças e adolescentes, junto com a filha, Emilly Vitória Alves, 18. As duas e o filho caçula de Marilene moram em um dos condomínios do Projeto Morar Bem há oito anos. As ações incluem desde debates a pintura de rosto e práticas esportivas.
“Quando cheguei aqui, a cidade quase não tinha nada. Não tinha comércio, não tinha equipamentos públicos. E hoje se desenvolveu muito. Precisa melhorar em alguns pontos, mas está sim se desenvolvendo rápido”, avalia a síndica. Emily acrescenta que as ações sociais fazem com que as pessoas se unam mais e se sintam em comunidade. “A nossa cidade se valorizou muito nos últimos anos, e acho que isso tem a ver com as pessoas também, que se unem para ajudar uma as outras”, diz a jovem, eleita Miss Riacho Fundo II em 2019 e 2021 e Miss Distrito Federal em 2021.
História
Tanto investimento em qualidade de vida estimulou a chegada de novos moradores na região. Conforme dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), o Riacho Fundo II foi a cidade que mais recebeu migrantes internos entre 2018 e 2021. No total, 6.442 pessoas se mudaram para a área. Destes, 15,7% saíram de Ceilândia, 13,3% de Taguatinga e 13,3% do Recanto das Emas.
A cidade foi criada para atender ao Programa de Assentamento do Governo do Distrito Federal de 1990. A ocupação da área teve início em 1995, com o acampamento à beira da rodovia Estrada Parque Contorno – EPCT (DF-001), próximo ao balão do Recanto das Emas.
Um dos primeiros moradores da QN 7 do Riacho Fundo II, o prefeito comunitário Dimas Bezerra, 56 anos, fala com orgulho da região. O piauiense recebeu o documento da propriedade em 20 de dezembro de 1996 e guarda o registro com carinho. Antes, ele morou com a esposa e os dois filhos mais velhos em Taguatinga. A caçula, por sua vez, nasceu e cresceu na cidade.
“O Riacho Fundo II, para nós, já foi um sonho, mas hoje é realidade. Não tínhamos nada: água, esgoto ou rede de telefone. E hoje é diferente. Faltam ainda algumas coisas, mas conquistamos muito”, avalia Dimas. “Não troco minha moradia por nenhuma no Lago Sul, Lago Norte, seja onde for”, crava.
Dimas representa os moradores da QN 7 em decisões e debates sobre a cidade e, por isso, reconhece o papel da cidadania. “Se jogarmos um papel no chão, a responsabilidade pela sujeira da cidade é nossa. Todos temos deveres. Quero ver o Riacho Fundo II nos jornais não por ser um lugar violento, mas por ser pacato e tranquilo, um ótimo lugar para morar”, afirma.