Mais de cinco mil municípios de todo o Brasil realizam, nesta quarta-feira (1º), as cerimônias de posse dos prefeitos e vereadores eleitos em 2024.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o pleito registrou um recorde na taxa de reeleição para prefeituras: 80,74% dos prefeitos que disputaram um novo mandato foram reconduzidos ao cargo, o maior índice desde que a reeleição foi introduzida no país, em 1997.
Das 26 capitais estaduais, 15 prefeitos reeleitos ou já no cargo conquistaram a vitória. Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) inicia seu primeiro mandato completo como prefeito. Ele venceu a disputa contra Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno com uma diferença de quase 20 pontos percentuais.
No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) foi reeleito no primeiro turno com 60,47% dos votos, o dobro do segundo colocado, o deputado Alexandre Ramagem (PL). Este será o quarto mandato seguido de Paes à frente da capital fluminense. Ele já ocupou a sede do poder municipal em outras oportunidades.
Já em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) foi reeleito mesmo enfrentando problemas de saúde durante a campanha. Diagnosticado com um linfoma no segundo semestre de 2024, Noman concluiu o tratamento em outubro e reassumiu as atividades administrativas ainda em dezembro.
Em alguns municípios, contudo, o comando das prefeituras ainda depende de decisões judiciais. Em Goiânia, o prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil) e sua vice, Cláudia Lira (Avante), assumem os cargos mesmo com a cassação de suas candidaturas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás.
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) também foi declarado inelegível por suposto abuso de poder político no apoio a Mabel. Apesar disso, recursos apresentados à Justiça Eleitoral suspenderam temporariamente a decisão. Se a condenação for mantida, Goiânia poderá ter novas eleições.
Eleições municipais
As eleições de 2024 fortaleceram o cenário político de grupos de direita e centro-direita em diversas regiões do país, como o Partido Social Democrático (PSD), com o maior número de prefeitos eleitos do Brasil. O avanço pode influenciar as próximas eleições gerais, previstas para 2026, com impactos na escolha de governadores, deputados e até na disputa presidencial.
Controlar prefeituras é visto como uma vantagem estratégica. Além de fortalecer alianças, os prefeitos detêm influência sobre a máquina pública local, um fator determinante em campanhas eleitorais.