Mais de 1,5 milhão de beneficiários que recebem o **Bolsa Família** irregularmente serão excluídos do programa social em março, anunciou nesta sexta-feira (24) o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias. Segundo o ministro, **mais 700 mil famílias com direito ao benefício serão incluídas no programa**.
De acordo com o ministro, os beneficiários que deixarão de receber o Bolsa Família têm **renda acima do limite legal para o programa**. Do total de 1,5 milhão de pessoas, informou o ministro, existem cerca de **400 mil cadastros unipessoais (famílias de apenas um membro)**.
Ao mesmo tempo em que exclui beneficiários em situação irregular, o ministério incluirá cerca de 700 mil famílias em março. De acordo com o ministro **essas pessoas cumprem os requisitos para receberem o Bolsa Família, mas não conseguiam ser alcançadas**, o que exigiu do governo a busca ativa dos participantes.
“_Com a busca ativa e a rede do Sistema Único de Assistência Social, que é muito preparada e muito competente, nós temos condições agora de trazer também para o recebimento quem tem o direito e estava na fila, estava fora_”, destacou o ministro em nota enviada pela pasta.
**Revisão**
Outra ferramenta para reduzir os pagamentos indevidos de benefícios, ressaltou o ministro, são os **pedidos voluntários de exclusão do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico)**. Segundo o ministro, até a manhã desta sexta, 2.265 pessoas com cadastro unipessoal pediram para ser retiradas do programa. A funcionalidade está disponível no aplicativo do CadÚnico.
Até o fim deste ano, **o governo revisará o cadastro de 5 milhões de famílias que se declaram unipessoais e recebem o Bolsa Família**. De março a dezembro, as pessoas serão chamadas para a revisão, sem necessidade de irem às unidades de atendimento da assistência social. O governo também fará uma campanha de **utilidade pública** para esclarecer a população sobre as regras e os critérios de acesso aos programas e às políticas sociais.
Ferramenta de identificação das famílias brasileiras de baixa renda, o CadÚnico é administrado pelo Sistema Único de Assistência Social. A partir da inscrição na ferramenta, a **população vulnerável** pode acessar programas como Tarifa Social de Energia Elétrica, Minha Casa Minha Vida e Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros.
Com a retirada de parte dos beneficiários em situação irregular, **o governo deve começar a pagar em março o adicional de R$ 150 do Bolsa Família para as famílias com crianças de até 6 anos**. A Emenda Constitucional da Transição, aprovada no fim do ano passado, assegurou recursos para o benefício complementar.