Mais da metade dos casos de feminicídios do Distrito Federal em 2024 ocorreram no interior da residência das vítimas. A informação consta no primeiro Anuário da Segurança Pública, divulgado pelo GDF nesta quarta-feira (18).
Segundo o estudo, em 57% dos casos, o crime foi cometido dentro de casa, especialmente às segundas-feiras (30%) e no período entre 18h e 23h59 (39%). A maior parte das vítimas tinha entre 30 e 39 anos (39%) e acabaram vitimadas por execução com arma branca (39%), agressão física (27%) e arma de fogo (22%).
Apesar de ainda alarmantes, os casos de feminicídio têm registrado queda no DF, conforme mostra o documento. Em 2024, 23 mulheres foram vítimas do crime — 26% a menos do que o ano anterior. E em metade das regiões administrativas, não houve nenhum registro do tipo.
Para a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, os dados obtidos pelo anuário ajudarão o governo a fomentar políticas públicas mais efetivas no combate ao feminicídio. “Os indicadores nos norteiam. Eles diminuem a distância entre a necessidade e a efetividade”, enfatizou.
“Essa cidade precisa ser trabalhada em conjunto. A pauta da mulher é responsabilidade da Secretaria da Mulher, da Secretaria de Segurança Pública, da Câmara Legislativa, do Ministério Público. Todos estão envolvidos. E essa pauta só vai funcionar se tivermos políticas públicas baseadas em indicadores”, prosseguiu a titular da pasta.
Giselle lembrou que o DF é pioneiro na implementação de uma política voltada aos órfaos do feminicídio. “Por meio de uma lei da Câmara Legislativa, implementamos um benefício de um salário mínimo até a criança completar 18 anos. Além disso, oferecemos acolhimento psicossocial”, detalhou.