Elemento atemporal da arquitetura e do design, a madeira ganha protagonismo em diversos ambientes da Casacor Brasília 2025, revelando sua versatilidade estética e simbólica. Seja em detalhes construtivos, no mobiliário ou como linguagem poética, o material aparece como recurso de acolhimento, sofisticação e conexão com a natureza.
Na mostra, arquitetos e designers exploram diferentes texturas, tonalidades e acabamentos, demonstrando como a madeira pode transformar espaços, equilibrando modernidade e aconchego em projetos que dialogam com inovação e sustentabilidade.
No Living Permanecer, assinado pela arquiteta Giovanna Leal, painéis em madeira natural e forro ripado aquecem o espaço de 76 m², em diálogo com a paleta terrosa e as curvas orgânicas, criando uma atmosfera serena. O projeto evoca serenidade e bem-estar, com a presença simbólica de uma oliveira.
“O espaço traduz a fé calma e silenciosa de quem semeia sem ver, mas confia que, no tempo certo, os frutos virão. É um espaço onde o essencial ganha forma, um lembrete de que os sonhos mais verdadeiros são aqueles que resistem ao tempo”, define Giovanna.

Foto: Everton Lopes | Living Permanecer

Foto: Everton Lopes | Living Permanecer
Já no Olfati, Rick Hudson traduz a ancestralidade em um mergulho sensorial. Com espaço inspirado nos rituais do banho de cheiro, a madeira surge em peças únicas, como a Mesa Rios, do Tunico Lages, composta por tronco de árvore de queda natural e madeira de reflorestamento certificado. Cada criação reforça a força poética do espaço, onde design, arte e sustentabilidade se entrelaçam.

Foto: Edgard Cesar | Ofalti

Foto: Edgard Cesar | Ofalti
Na instalação Ótica, de Juliane Almeida e Mateus Zaidan, o MDF aparece em prateleiras curvas que replicam os pilares do espaço. Além de aquecer a atmosfera, a madeira cria um jogo de luz e sombra, contraponto ao concreto e metáfora da integração entre cidade e natureza. Na primeira participação na mostra, os arquitetos apresentam um ambiente com 26 m², inspirado na integração entre cidade e natureza, um diálogo que reflete o espírito de Brasília como cidade-jardim.

Foto: Gabriel Lima | Ótica
A madeira também se apresenta em Entre o Sonho e o Despertar, de Eliene Lucindo, que transforma o material em elo entre afeto e simbolismo. O banco Atabaque, de Jacqueline Terpins Design, produzido em lâmina certificada, valoriza o design autoral, enquanto a fotografia de Celso Junior, que retrata a árvore do pequi, nativa do Cerrado e enraizada na história pessoal da autora, reforça raízes afetivas, força ancestral e a beleza da resistência natural.

Foto: Edgard Cesar | Entre o Sonho e o Despertar

Foto: Edgard Cesar | Entre o Sonho e o Despertar
No ambiente Raízes by Breton, Márcia Montenegro Arquitetos Associados propõe um refúgio sensorial contemporâneo, permeado por sutis referências à arquitetura oriental que conferem leveza e equilíbrio ao espaço. A madeira assume o protagonismo em um delicado painel ondulado de marchetaria manual, elaborado com fragmentos extraídos das raízes das árvores.
Essa técnica singular, que utiliza lâminas de rádica (uma extração da madeira), valoriza a força e a beleza natural do material, resultando em um acabamento refinado e de rara expressividade. A organicidade da peça dialoga com a mesa escultural, cuja base remete a formações geológicas que avançam sobre o mar, reforçando a conexão entre natureza e design.

Foto: Edgard Cesar

Foto: Edgard Cesar

Foto: Edgard Cesar
No Entre Linhas Office, o arquiteto Lucas Machado cria um refúgio sensorial para pensar, escrever e refletir sobre a justiça. A madeira escura assume protagonismo no ambiente, estabelecendo um diálogo com os tons terrosos e o mármore verde que compõem a paleta. Sua presença aquece a atmosfera e reforça o caráter sofisticado do espaço, revelando a potência do material como elo entre acolhimento e solidez.
Para compor o cenário, Machado recorreu a um amplo mix de peças da Salva. Entre elas, as cadeiras Delta e Estaca, assinadas por Samuca Gerber, designer residente da marca. A Delta, inspirada no símbolo grego da mudança, apresenta base em madeira tauari com linhas marcadas.

Foto: Edgard Cesar
Em uma sala de 102 m², o veterano da Casacor, Hélio Albuquerque, apresenta o ambiente Entre Tempos, concebido como um espaço de encontros e de evocação das memórias de sua infância em Brasília. A madeira se destaca nas paredes revestidas com lâminas naturais de pau-ferro, árvore nativa brasileira de tonalidade avermelhada, reconhecida por sua dureza, densidade e veios contrastantes. O resultado é um ambiente sofisticado, onde a curadoria de obras de Alfredo Ceschiatti e Galeno imprime identidade e conecta o legado cultural da capital à experiência sensorial do visitante.

Foto: Edgard Cesar

Foto: Edgard Cesar

Foto: Edgard Cesar
Por fim, a Clínica de Estética, projetada pela Tudo Arquitetura, utiliza o MDF Pau Ferro brilho como revestimento em pilares e paredes. O acabamento sofisticado em gloss evidencia os veios contrastados e a resistência da madeira, traduzindo a união entre técnica e sensibilidade no espaço dedicado ao cuidado e ao acolhimento.

Foto: Edgard Cesar

Foto: Edgard Cesar