Lula recebe presidentes do Congresso e destaca parceria entre Executivo e Legislativo
Chefe do Executivo se reuniu com Hugo Motta e Davi Alcolumbre no Palácio do Planalto e afirmou que ambos “não terão problema na relação” com o governo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta segunda-feira (3), no Palácio do Planalto, os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ambos assumiram o comando das Casas Legislativas no último sábado (1º) para um mandato de dois anos, que se estende até fevereiro de 2027.
Durante o encontro, Lula reforçou sua relação amistosa com os novos líderes do Congresso e afirmou que eles não enfrentarão dificuldades na interlocução com o governo federal.
“Estou aqui com Davi Alcolumbre, eleito presidente do Senado com 73 votos, com o companheiro Hugo Motta, eleito presidente da Câmara com 444 votos. Eu estou muito feliz. Primeiro porque sou amigo dos dois, tenho conhecimento do compromisso democrático que os dois têm. E eu quero, na frente de vocês, dizer que eles não terão problema na relação com o poder executivo”, declarou Lula.
O presidente também ressaltou a importância de um bom relacionamento entre os poderes para a governabilidade e expressou sua torcida pelo sucesso dos novos dirigentes. Segundo ele, uma gestão eficiente da Câmara e do Senado será positiva para o país.
“Estou convencido que daqui a dois anos a gente vai poder, com muito orgulho, notar que constataram que a democracia foi reestabelecida na sua plenitude”, disse o presidente.
Lula ainda se comprometeu a manter o diálogo constante com os parlamentares e afirmou que não encaminhará projetos ao Congresso sem antes consultar os líderes políticos.
Harmonia entre os poderes
Os novos comandantes do Legislativo também destacaram a necessidade de manter uma relação harmônica com o Executivo. Hugo Motta afirmou que a Câmara está disposta a trabalhar em conjunto com o governo federal em pautas que beneficiem o Brasil.
“A Câmara dos Deputados estará à disposição para construirmos uma pauta positiva para o país. Rege a nossa Constituição que os poderes devem ser independentes e harmônicos, e harmonia, penso eu, que é o que o Brasil precisa”, afirmou o deputado.
Davi Alcolumbre, por sua vez, defendeu um Legislativo forte e equilibrado, com atuação voltada para as demandas da população.
“Fazer um poder legislativo forte, altivo, equilibrado, e que possa verdadeiramente dar as respostas à sociedade brasileira”, declarou o senador.
Ele também frisou a importância da colaboração entre os poderes para garantir avanços na gestão pública. “O Poder Legislativo não pode se furtar em ajudar o governo do Brasil a melhorar a vida dos brasileiros. Tenho certeza de que esse é o espírito colaborativo […] É um gesto de aproximação, de maturidade institucional”, completou.
Pautas prioritárias
Após a reunião, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo federal apresentará, na próxima semana, as principais propostas legislativas para os próximos dois anos. Entre as prioridades do Planalto, estão projetos voltados ao micro e pequeno empreendedor, a ampliação de penalidades para crimes ambientais e a reformulação do plano nacional de educação.
Padilha também citou a proposta que isenta de Imposto de Renda contribuintes com renda de até R$ 5 mil. Segundo ele, a equipe econômica está analisando formas de compensar a renúncia fiscal gerada pela ampliação da faixa de isenção. “Nosso esforço é aprovar em 2025 para valer em 2026”, explicou o ministro.
Orçamento de 2025
Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, Padilha afirmou que ajustes estão sendo feitos para adequar o texto às medidas de redução de gastos aprovadas no final de 2024. A votação do orçamento no Congresso ainda não tem data definida, mas o governo trabalha para garantir sua aprovação o quanto antes.
O ministro também negou que emendas parlamentares tenham sido discutidas no encontro entre Lula, Motta e Alcolumbre. Durante seus discursos de posse, ambos os presidentes do Congresso defenderam a manutenção do mecanismo.