O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (12), que espera dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “dois seres humanos civilizados”. Segundo Lula, nesta quarta-feira (13) o governo irá anunciar uma Medida Provisória com linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço.
“Espero que algum dia eu possa encontrar com o presidente Donald Trump e conversar como dois seres humanos civilizados, dois chefes de Estado, como deve ser a relação”, disse o presidente em entrevista à rádio BandNews FM.
Lula lembrou que ele e integrantes do governo federal tentaram negociar com os EUA a redução das tarifas anunciadas por Trump. “No dia 16 de maio mandamos outra carta pedindo uma resposta com as conversações e mandamos também dez pontos que estávamos negociando”, detalhou.
“Quando foi mais recentemente mandamos outra carta pedindo reposta e fomos pegos de surpresa com uma carta endereçada ao portal do presidente Trump, porque não foi endereçada a mim, e eu fiquei sabendo pela imprensa de uma carta ofensiva ao Brasil com algumas inverdades”, prosseguiu Lula.
Plano de contingência
Durante a entrevista, o petista detalhou a MP proposta pelo governo em socorro aos empresários. De acordo com ele, a medida será direcionada a empresas que perderam competitividade no mercado em razão do aumento das taxas.
“Amanhã eu vou assinar uma MP que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras que, porventura, tiverem prejuízos com a taxação do Trump. […] R$ 30 bilhões é o começo. O começo. Você não pode colocar mais, você não sabe quanto é”, disse Lula.
A MP busca adaptar os instrumentos para as diferentes situações enfrentadas por cada empresa, levando em conta que setores semelhantes podem ter realidades distintas. O objetivo é oferecer instrumentos modernos e acessíveis para todas as empresas com potencial exportador, enfrentando gargalos antigos no crédito e seguro para exportação.
O governo brasileiro afirma que o tarifaço dos EUA deve ter efeito deflacionário no Brasil, conforme também indicam as projeções do mercado financeiro.