Em declaração incisiva sobre as fraudes envolvendo benefícios do INSS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo está adotando medidas firmes, com investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), para identificar e punir os responsáveis.
“Fizemos aquilo que um governo sério faz. Colocamos a Polícia Federal, a CGU, para fazer investigação minuciosa de tudo, até chegar aonde a gente queria chegar, que era nas pessoas que cometeram o erro.”
O presidente deixou claro que a gestão atual herdou o problema da administração anterior, e que ainda há cautela nas acusações para evitar injustiças:
“Possivelmente, propositadamente, [o erro foi feito] no governo passado. […] Eu sou contra fazer denúncia contra alguém se você não tem prova. Então nós queremos ir a fundo.”
Lula condenou com veemência a atuação de quadrilhas que, segundo ele, fraudaram benefícios em nome de aposentados, prejudicando justamente os mais vulneráveis:
“Antigamente as pessoas roubavam banco, roubavam gente rica. Mas agora tá pobre roubando pobre. É quadrilha de aposentados, montada em nome dos aposentados, roubando aposentados. E não é possível.”
Apesar da gravidade das denúncias, o presidente reforçou que a apuração será feita com cautela e justiça, e que as entidades envolvidas terão direito à defesa:
“Nós não queremos punir nenhuma entidade de forma precipitada. […] Se algum apresentar [provas], será levado a muito sério. Investigada corretamente. Se ela não cometeu nenhum erro, ela não tem que pagar o preço.”
Lula também garantiu que os aposentados prejudicados serão ressarcidos:
“Nós vamos devolver o dinheiro para os aposentados que foram lesados pela quadrilha. […] Existem situações ressarcidas e nós vamos ressarcer-los imediatamente.”
Para o presidente, mais importante que a velocidade da investigação é a precisão:
“Eu quero que a polícia… não tem importância que demore uma semana a mais, um mês a mais. O que eu quero é somente a verdade pra gente punir quem tiver que ser punido.”
A declaração foi feita durante coletiva de imprensa transmitida ao vivo do Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira (03).