O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca na manhã deste domingo (21), às 10h, rumo aos Estados Unidos para participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A reunião de líderes globais ocorre entre 22 e 24 de setembro e será a primeira viagem do brasileiro ao país após a imposição do tarifaço de Donald Trump a produtos brasileiros.
Seguindo uma tradição inaugurada em 1995, o Brasil será o primeiro Estado-membro a discursar na abertura do debate geral. Lula falará na terça-feira (23), logo após o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a presidente da Assembleia, Annalena Baerbock. O Itamaraty adianta que o presidente deve combinar críticas ao protecionismo internacional com a defesa de um multilateralismo mais efetivo e solidário, destacando as prioridades da política externa brasileira.
Antes, na segunda (22), o petista participa da segunda sessão da Conferência Internacional de Alto Nível para Resolução Pacífica da Questão Palestina, convocada por França e Arábia Saudita. A expectativa do governo brasileiro é de que o encontro abra caminho para que mais países reconheçam a Palestina como Estado soberano — um tema que Lula tem tratado como central para a pacificação do Oriente Médio.
Outro eixo da viagem será a defesa da democracia. Na quarta (24), o petista se une a chefes de Estado de cerca de 30 países, incluindo Gabriel Boric (Chile) e Pedro Sánchez (Espanha), para a segunda edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo. A iniciativa busca coordenar esforços contra a erosão institucional, a desinformação, o discurso de ódio e a desigualdade. O primeiro encontro ocorreu no Chile, em julho, com a publicação de uma declaração conjunta.
As mudanças climáticas também estarão no centro das atenções. Ainda no dia 24, Lula copreside, ao lado de Guterres, um evento sobre a crise climática. A expectativa é de que países apresentem novas metas de redução de emissões e financiamento climático, em preparação para a COP30, que será realizada em Belém, em novembro.
A delegação brasileira ainda participa da Semana do Clima de Nova York, que acontece em paralelo à Assembleia Geral da ONU e reúne desde 2009 líderes políticos, empresariais e da sociedade civil. Em 2025, o evento soma cerca de 500 atividades, funcionando como um aquecimento diplomático para a conferência climática da ONU que terá o Brasil como anfitrião.